O homem famoso de Bráz de Pina :
Otton da Silva e Souza
Introdução
O subúrbio carioca está cheio de personagens desconhecidos
do público em geral, mas que tiveram grande importância para seus bairros. Famílias
poderosas como os Lobos , os Bonavitas e os Regos sempre comandavam e trouxeram
melhoramentos para os bairros, abrindo ruas, trazendo trem e iluminação
pública.
Hoje vamos ver um pouco sobre um homem que mudou Bráz de Pina, revolucionou a educação suburbana e lutou para os melhoramentos
necessários para nossos bairros.
Sua história
Otton nasceu no bucólico bairro de ramos, na Rua Miguel
Ferreira nº 112, na 2ª casa coberta de telhas francesas que foi construída no
subúrbio da Leopoldina, lugar então chamado Praia Pequena, onde passava o trem
da E. F. Rio D’ouro.
Infelizmente o pequeno Otton ficou órfão aos dois anos de idade.
Perdeu seu pai Dr. Teodorico da Silva e Souza, médico que teve a honra de ser o
orador oficial na festa da passagem do 1.° trem da Leopoldina Railway, vindo da
então Estação inicial de S. Francisco Xavier, quando. o tráfego da cidade ainda
era feito por "bondes de burro" como eram chamados os veículos de
tração animal na época.
O SR. Teodorico era tão querido e chegado do povo que, na data de sua morte, em 1905, foi
fundado o Congresso Beneficente Dr. Teodorico de Souza, existente até hoje na
Rua Coronel Figueira de Melo, 393, S. Cristóvão.
Menino pobre, viveu
sua infância morando perto da Estação de Bonsucesso, morando nas casas do
Chico Rosa(antiga Estrada da Penha, hoje Avenida dos Democráticos, 805/807),onde
o garoto recebia o incentivo dos Drs. Teixeira de Castro e Senhora D Eugênia,
Salustiano dos Santos Guerra e sua Sra. D. Mariazinha, os Srs. J. J. Araújo,
Joaquim Dias de Amorim (o velho Amorim que permitiu o corte em suas terras para
a passagem do 1º trem, sendo feita uma Parada Amorim, hoje de nome mudado para
Manguinhos). Ele conviveu com pessoas que o influenciaram a ser uma pessoa
capaz de vencer na vida, mesmo com as dificuldades diárias de uma infância
pobre.
Mudou-se para o bairro de Ramos, foi aprovado no Externato do Colégio Pedro II onde teve
influências de colegas como o estimado
médico Dr. Adernar Pinto, que depois dos estudos no colégio , foi direto para a Faculdade de Medicina, tendo apenas 16
anos de idade.
Em destaque , outros ilustres suburbanos que Otton teve
convivência e ajudaram a formar o homem famoso de Brás de Pina.
Em Ramos, OTTON SILVA E SOUZA- foi
animado pelas palavras de confiança em seu futuro, do velho funcionário postal
Tavares Campos, do Dr Euclides Faria, do Major Nestor Brito (iniciador da
Igreja N. Sra. das Mercês na casa do sogro de OTTON SILVA E SOUZA), Prof. Lacé
Brandão, do Sargento Ferreira (instituidor da irmandade religiosa de Ramos na
Rua Sargento Ferreira, hoje, João Romariz, do Sr. Manoel Canejo (animador dos
Pronptos de Ramos e do Ramos Clube) com Olímpio Caníné, a família Pinho França,
Edgard Magalhães, Cirenio Moreira, Dr. Acácio Toledo, a família Temporal,
Ernani Vasconcelos, Alberto Braga, Sebastião de Carvalho, tragicamente
desaparecido e tendo uma Rua corn seu nome por seu valor de moço trabalhador e
amigo da coletividade, Sr. Oscar Moura (o gigante dos Endiabrados de Ramos)
Prof. Edmundo, Dr. Silvio e Silva, Sr. Antônio Adonias, da família Cardoso (ó
agente da estação) Dona Valentina (agente dos Correios) das famílias Pereira
Landim, Godofredo Silva, Desembargador Gustavo Farneze, Teimo Silveira, Prof.ª
Brama de Mattos, Edgard, Nelson e Edison Ferreira, da família Fortuna e ainda
outros como Mário Soares Pinto, Presidente do Ramos F. C. de que OTTON SILVA E
SOUZA foi vice-presidente por largo tempo.( site História da
Leooldina).
Jovem e com poucas finanças, iniciou sua vida de trabalhador
aos 18 anos, nesse mesmo período , ingressou na faculdade tornando-se acadêmico
e fez várias provas, uma dessas provas foi aprovado e nomeado funcionário da Alfândega
do Rio de Janeiro onde conheceu excelente pessoas .
Morou em Olaria e depois na Penha onde teve uma relação de
boa amizade com o abolicionista e famoso Padre Ricardo.
Ainda jovens participou de um grupo responsável por cuidar da região suburbana, chegando a
ser vice –presidente e depois presidente do Centro de Melhoramentos, que também teve com presidente Batalhador Domingos Vassalo Caruso, pioneiro
dos cinemas da Leopoldina .
OTTON cursou Farmácia, Medicina, Filosofia, Direito
e Jornalismo. É professor, jornalista e advogado. É conferencista
internacional, tendo realizado há pouco tempo longa viagem cultural pela Europa
e Estados Unidos da América do Norte.(história da Leopoldina)
Foi Diretor Fundador
do Ginásio Pedro I, do Colégio Pedro I da Escola Comercial Pedro I, da Escola
Técnica de Comércio Pedro I, da Escola Primária Pedro I., teve a sua primeira
unidade em Bráz de Pina e depois se expandindo para Ramos e Bonsucesso . Ligado
aos esportes( mas precisamente o futebol ), foi um dos mais importantes
presidente do Olaria e lá conviveu com o grande Àlvaro da Costa Mello, que foi
seu grande opositor políticos . fez
parte dos quadros sociais de clubes como : Social Ramos Clube, do Iate Clube de
Ramos, do Suruí A. Clube, do Paranhos E. Clube, do E. C. Lígia, do Bonsucesso
F. C, do 5 Unidos de Cordovil, do Centro Recreativo de Brás de Pina, do Lagea
do F. C., Mangueira A. C., do Brás de Pina Country Club e do Santa Cruz F. C.
OTTON SILVA E SOUZA continua hoje
tendo muitas amizades e são seus amigos de agora que relembrando alguma coisa
que sabem de sua vida comparecem perante o público leopoldinenses para pedir o
voto, pois que conhecem que se OTTON SILVA E SOUZA for eleito estarão elegendo
um homem de bem, um modelar chefe de família, casado há 33 anos com a
Professora Djanira Cunha da Silva sua dedicada consorte e orientadora técnica
do ensino no Pedro I onde colaboram eficientemente suas noras Prof.ª Maria
Luiza Araújo Silva e Souza e Prof.ª Marilda Castro Silva e Souza que em OTTON
SILVA E SOUZA tem um pai e a quem já deram quatro inteligentes netos, portanto
OTTON SILVA E SOUZA tem família respeitável e organizada, é um excelente amigo
e um educador cheia de moço entusiasmo e de confiança nos destinos do Brasil.(história
da Leopoldina).
Otton sempre foi um homem patriótico, amava seu país e tudo
o que ele representava. Todas as datas comemorativas como 7 de setembro, 15 de
novembro , aniversário de D. Pedro II, sempre conseguia de alguma forma
homenagear . Era normal todos os anos, pequena tirinha de reportagens falando
sobre isso.
O homem era tão importante para nossa localidade, que o “Diário
carioca’ de 1 de dezembro de 1942, noticiou que o Otton realizaria uma cirurgia
no hospital Evangélico e que todos torciam pela sua melhora.
Essa figura icônica lutou sempre pela melhora não só da infraestrutura
da Leopoldina e grande Leopoldina, mas foi figura importante para o crescimento
da educação. Lutou quase a vida toda para que, uma educação de qualidade
chegasse ao nosso subúrbio.
O HOMEM E SUA CASA- BRÁZ DE PINA, UM
LUGAR CHIC.
Vamos antes, ver um pouco sobre a história do casarão, uns
chamados de mal assombrado, outros de desperdício arquitetônico devido ao seu
estado de abandono.
Segundo dizem alguns antigos foi construído durante os anos
1920, por um alemão que morava nas Laranjeiras e, apaixonado pelos ares
suburbanos e quase rurais (na verdade ainda rurais), resolveu construir uma
residência na parte alta do novo Bairro-Jardim. Já as fontes oficiais apontam
com primeiro proprietário o Senhor Ruy Campista, grande fazendeiro e exportador
de café da antiga república do café com leite.
Alguns anos depois, a casa foi vendida para Othon Silva e
Souza, dono do colégio Pedro I(depois Máximus e agora CEI), que ao adquirir o
imóvel tornou o local referência social, com grandes festas frequentadas pela
elite carioca e sempre noticiada nos veículos responsáveis pelas fofocas. Nas
décadas de 50 e 60, era constante o casarão aparecer nos jornais.
No meio dos anos 60, o senhor Othon vendeu a casa para Mario
Lessa, grande empresário. Realizou obras na casa, aonde veio mudar janelas e as
telhas, modificando um pouco o estilo inglês da construção. Ele mandou construir
um elevador no meio da casa para sua esposa Noemia, que sofria do coração,
porém, a obra não foi finalizada devido ao falecimento dela. O atual dono é um
senhor chamado Nildo que comprou a casa para ele e a família, mais com a
crescente onda de violência ele acabou desistindo e colocando a casa a venda.
Sua casa em Brás de Pina se tornou o local onde a elite
social carioca passou a frequentar para festas, enterros e ações sociais. Otton
era uma pessoa que amava o subúrbio, fazia de tudo para que, aquele lugar, se tornasse
um lugar melhor para todos. Tanto que na
sua casa, ele comandava e fazia reuniões com o grupo de melhoramentos da Leopoldina,
onde ilustres pessoas do povo se reuniriam para discutir e debater os melhoramentos necessários , políticos ,
líderes de associações , todos constantemente estavam presente ali para ajudar
os bairros.
Como Eu escrevi acima, a casa era local de recepções e festas, no dia 18 de
fevereiro de 1948,o periódico “Anoite” noticiava o aniversário de casamento do
Otton e seu grande amor, a Sra. Djanira cunha , onde convidados da alta
sociedade carioca iluminariam as ruas do pequeno bairro com seu luxo.
“A Gazeta” de 8 de janeiro de 1950 , traz uma notícia de um
banquete que seria promovido pelo Otton em homenagem a Fundação Otton da Silva
e Souza , na 2rua Ourique 643, e aproveitaria para realizar a reunião do P.T.O-
Partido Orientador Trabalhista.
O COLÉGIO
PEDRO I EM BRÁZ DE PINA
OTTON SILVA E SOUZA foi
o PIONEIRO do ENSINO SECUNDÁRIO nos subúrbios da Leopoldina onde o Colégio
Pedro 1 foi o PRIMEIRO GINÁSIO reconhecido pelo Governo Federal, obtendo
Inspeção Permanente. Lutando pela causa do ensino, diretor de colégio há 25
anos, vem OTTON SILVA E SOUZA proporcionando à Juventude Brasileira uma formação
moral e intelectual aprimorada.(História da Leopoldina).
Vamos falar um pouco sobre o
grande colégio Pedro I. Podemos dizer que era o grande ‘xodó’, pois era quase
no seu quintal de casa, já que a linha férrea nem murada era. O colégio tinha duas cedes ( depois apareceu a
de Bonsucesso), a primeira na avenida Rio- Petrópolis 183 e a outra na Rua
Uranos 733.
No jornal “O Suburbano” de 1941
relata o aniversário de 7 anos de fundação do colégio de Bráz de Pina ( 1934) e
que haveria grande festa no casarão e festejos dentro do colégio. A sede de
Ramos foi inaugurada em 1937(17de
dezembro).
Página facebook:
História da Leopoldina
Pagina Biblioteca Nacional- Consulta nos jornais antigos
Página facebook :Rio Antigo
otimo artigo; saberia informar onde, por ali, nas proximidades da estação, ficaria aquele antigo resto de contrução associado a presença dos jesuitas na regiao? chegou até a ser noticiado no jornal a noite a foto, todavia, provavel que com o loteamento da regiao, há muito tenha sido derrubado... - brunopo-rj@hotmail.com
ResponderExcluirAmei conhecer um pouco da história do bairro que frequente por toda minha infância e adolescência. Estudava no Colégio de freiras ali perto, Instituto Nossa Senhora das Dores e essa casa sempre esteve nas nossas curiosidades de criança e adolescente pelo visual misterioso que tinha devido ao abandono. Gratidão por trazer boas lembranças.
ResponderExcluirEm que ano foi construída a sede do Colégio Pedro I que tinha arquitetura modernista e piscina?
ResponderExcluirLinda história sou afilhada de Hebe Lobo da familia Lobo de Brás de pina
ResponderExcluirLindo artigo sempre bom saber a história dos bairros
ResponderExcluirEle foi comprado recentemente e reformado,, no Natal de 2019 estava todo iluminado parece q estão morando.
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