terça-feira, 21 de março de 2017

PARQUE ARY BARROSO: UMA CHACARÁ, UM LOBO JUNIOR, UM PARQUE.....

 Depois de várias reuniões durante a noite, conversar no whatsapp, debates, tiros e bombas, decidi escrever sobre   todo o processo que ocorreu para transformar uma chácara num dos parques mais conhecidos do subúrbio carioca, o Parque Ary Barroso. Vamos todos através dessa leitura romper a linha do tempo e conhecer uma Penha ainda em desenvolvimento, mas que já abrigava pessoas importantes e acontecimentos impares, que com o passar do tempo, a chácara foi vendida, onde no terreno existiu escola, reservatório e nos dias de hoje um parque mal cuidado e abandonado.






A história do parque começa exatamente no longínquo ano de 1868 em Portugal , quando nasceu o homem responsável de colocar no mundo o grande nome das terras da Penha, nascia Francisco Lobo Junior. Ainda não tem muitos registros ou trabalhos historiográficos sobre a chegada da família em terras brasilis, mas sabemos que assim que a família chegou aqui adquiriu uma boa parte do antigo arraial da Penha, mas como escrevi acima, que faria a diferença para o crescimento do bairro seria seu filho José Francisco Lobo Junior.

Vamos imaginar aquela região do parque Ary barroso um grande arraial, ou se preferir uma grande fazenda, com varias cabeças de boi e plantações, dentro havia construções que serviam de morada de toda a família e inclusive uma pequena capela particular. Na descida, uma estrada( conhecida como estrada do Portinho- atual Lobo Junior) que levava direto a praia da Moreninha. O nome do local era Chácara das Palmeiras e ficava exatamente aonde é o parque, encostado ao morro da caixa d’agua, antes chamado serra da Misericórdia. Uma boa tarte da Penha e Penha Circular pertencia a esse arraial. Deveria ser um lugar muito bonito não? Mas vamos  continuar nossa viagem.

Lobo Junior era um nome muito influente tanto na parte política, tanto na parte religiosa, ara um homem empreendedor. Uma grande demonstração de sua influencia perante a todas as esferas da sociedade, foi criada uma pequena estação de trem, chamada parada Lobo Junior que mais para frente foi derrubada e no local colocada uma linha circular (1930), que se destinava a permitir o retorno dos trens do subúrbio que vinham da estação Barão de Mauá, o que num momento mais a frente se tornaria a estação Penha circular. Mas sua Influencia não se limitava apenas isso, Lobo Junior conseguiu água, luz e pavimentação para a Av. Braz de Pina. Ele também construiu várias casas no inicio do bairro, doando ou vendendo parte de suas terras, podemos citar aqui dois exemplos de áreas doadas que hoje todos que passam pela Penha conhecem, alias  um conhecem até de mais o outro pouquíssimas pessoas sabem que ele existe.














O terreno onde fica o reservatório da penha foi desmembrado da chácara das Palmeiras no dia 08/08/1911, lembra quando eu disse que Lobo Junior trouxe água para a Penha?  Não foi apenas para  Penha, esse reservatório abasteceu Bonsucesso, Ramos, Olaria,Penha,Brás de Pina, Cordovil e Vigário Geral. O reservatório foi inaugurado em 1914 e era considerado um verdadeiro marco da engenharia e uma inovação, pois usou uma técnica nova, o concreto armado, ele era totalmente descoberto, tinha forma tronco-cônica, dividido em dois compartimentos. Ao centro um grande poço cilíndrico com aparelhos de manobra com capacidade de 2.000 metros cúbicos d’água. O reservatório está na serra da misericórdia- hoje morro da caixa d’água- e ocupa uma área de 2.449,30 metros quadrados. Foi desativado no final dos anos 80.

Outra parte do terreno da chácara que foi cedida para a construção de algo que ajudaria durante anos foi o terreno do hospital Getúlio Vargas. Cedido por Lobo Junior, o hospital demorou a ser construído, foi inaugurado no dia 3 de dezembro de 1936 no governo do prefeito do distrito federal Pedro Ernesto (1935-1936).


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Voltando para a antiga chácara, como eu escrevi antes, dentro do terreno além de existir construções para morada do Coronel e família , existia a capela particular de Lobo Junior, a capela de Santo Antônio e Bom Jesus do Monte, era pequena mais muito usada pela família para comemorações e até velórios. Na época sempre saiam reportagens em jornais de grande circulação sobre acontecimentos a ser realizados dentro da capela e nas dependências. Chegou a sair no jornal um pedido de Lobo Junior para que se coloque o capelão de seu desejo para celebrar missas em sua capela (Jornal “A União- 13 junho de 1906).O jornal do Brasil do dia 20 de junho de 1905 registrou festejos em comemoração ao dia de santo Antonio com missa e sermão do Vigário da Penha Padre Tomel. Essas festas aconteciam todos os anos como mostra o jornal “O Paiz” do dia 23 de junho de 1907 que relata festas na parte interna e externa da capela particular de Lobo Junior e avisa que haveria uma missa as 09 horas da manhã para encerrar os festejos.Mas não era apena a festa de Santo Antonio  que fazia a pequena capela ficar lotada, no dia 22 de setembro de 1907 o jornal Correio da manhã noticiava comemorações do dia de São Cosme e Damião e o proprietário da chácara abria suas portas para a realização da festa nos dias 27 e 28, haveria uma procissão que sairia da chácara comandada pelo Vigário de Irajá e a segurança seria feita pela brigada do 15 batalhão.
Estamos vendo que a chácara era um lugar bem movimentado, muitos festejos, mas quero apresentar outra surpresa para vocês, a Penha já teve um time amador de futebol e campeão.

Não acredita?

Sim amigos, era o Portinho F.C,  o nome do time foi dado por causa da estrada do Portinho, que era em frente a chácara e levava até a praia da Moreninha, mais tarde com a morte do Lobo Junior ganhou o nome de av. Lobo Junior. A sede social e o campo do time ficavam dentro da chácara. O time era amador, mais muito bom, ganhando vários jogos e torneiros por todo o Rio de Janeiro. O jornal “O Malho” trouxe uma parte especial de seu jornal do dia 15 parabenizando o time pela conquista do campeonato da liga esportiva, chamando os jogadores de verdadeiros heróis.
O Time foi fundado em 1909, muito interessante, por que o campeonato amador carioca começou em 1906 e já contava com uma liga secundária. Em 1902 a “Gazeta de Noticias” noticiava a comemoração de quatro anos de fundação do time, foi promovida uma grande festa para os sócios, Lobo Junior não poupa despesas e realizou um dia inteiro de festas e brincadeira que podemos destacar  a corrida de ovos na colher sendo segurada pela boca, entre outros. No dia 27 de junho de 1912 houve um jogo entre o Portinho x o Rio Branco, o jornal “O Imparcial” noticiou que o time do Rio Branco embarcaria no trem às 12h12min na Praia da Formosa (estação Leopoldina). No dia seguinte foi noticiada a grande vitória do Portinho em seus domínios.
Outra festa que foi noticiada em veículos da imprensa escrita foi o aniversário do Lobo Junior, no dia 8 de janeiro de 1915, o jornal “A época” noticiava a grande festa de aniversário que ocorreu no dia 7 em sua bela vivenda, uma festa para convidados exclusivos e que foi até a madrugada.
Mas a chácara não vivia apenas de festas e comemorações, no dia 18 de dezembro de 1917 acontecia o enterro de uma figura muito importante para a região do subúrbio, era velado na capela o senhor lavrador e proprietário das de Brás de Pina o senhor Antonio do Carmo Rodrigues, seus filhos e viúvas fazem rezar uma Missa na capela as 9 horas do dia 19 com o padre Vigário de Irajá Padre Januário Tomei. Isso nos mostra que Lobo Junior tinha uma boa relação com seus vizinhos de bairro.


O Parque Ary Barroso


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A idéia de construir o parque na antiga chácara foi do Governador do Estado da Guanabara Carlos Lacerda (1960-1965) foi um grande administrador e realizou grandes obras por toda a cidade, remoções de comunidades inteiras e criação de conjuntos habitacionais. O jornal Pessoal & Gramsci e o Brasil trouxe em suas paginas uma declaração do governador dizendo que queria construir mais parques pela cidade, pois contava com poucos locais de diversão para a população.

O terreno de 50 mil metros quadrados onde seria construído o parque foi comprado por 20 milhões de cruzeiros junto ao Banco do Brasil que tinha leiloado o terreno de Hugo Borghi. Poucas pessoas sabem que no terreno funcionava a escola Mario Barreto, que quase toda semana estava sendo denunciada nos jornais pela sua precariedade nas instalações e sua falta de higiene, a escola foi fechada em 1963 e os alunos transferidos para a Rua bento Cardozo , num local com apenas dez salas de aula.As obras se iniciaram no ano de 1963 no mês de outubro, sendo de responsabilidade de fiscalizar  do diretor de Parques da Guanabara Fernando Chacel. As obras seguiram de forma acelerada, pois queria mostrar a toda população que poderiam construir um parque dessa magnitude em tão pouco tempo, a obra deveria ser entregue em 1965. A localização seria perfeita, pois está do lado do hospital Getúlio Vargas e do recente viaduto construído João XXIII. O Valor estimado da obra foi de 150 milhões de Cruzeiros. O projeto dividia o Parque em três importantes áreas: áreas dos lagos e cascatas (que era abastecido pelo reservatório), área esportiva e área administrativa. Desde o começo o governo da Guanabara fiscalizou quase que diariamente as obras, tanto que o jornal Correio da Manhã na sexta feira do dia 10 de abril noticiou que o chefe do poder executivo iria pessoalmente vistorias as obras do conjunto recreativo da Leopoldina.
O rio de janeiro contava apenas com cinco grandes lugares de lazer para a população, detalhe, nenhum no subúrbio carioca, nenhum para que a população mais pobre pudesse desfrutar de um domingo de lazer, um dos poucos lugares ou talvez único do subúrbio era a princesinha da Leopoldina, a Praia de Ramos. Os parques eram: Na época a cidade só contava com cinco grandes parques: Quinta da Boa Vista, Campo de Santana, Parque Viveiro de Vila Isabel, Parque Guinle e Parque da Cidade.

A construção do parque ficou de responsabilidade do arquiteto Pedro Paulino Guimarães, que pregou o projeto elaborado pela equipe de estudos e Projetos do Departamento de parques, colocou seus toques pessoais e organizou todo o projeto. O terreno foi um verdadeiro desafio, era um terreno rochoso, rocha essa de granito. A vegetação apensar de pequena era bastante espessa. Ela foi cuidada devidamente e complementada com uma massa de espécies arbóreas de floração rica e viva. Mais de trezentas espécies de vegetação entre plantas e arvores foram trazias e plantadas, importante citar que só de arvores existia 130 espécies. Quaresmeiras roxas e rosas, ipês roxos, amarelos e brancos, mulungus, espatódeas, flamboyants vermelhos, cássias amarelas e roxas. Árvores que medem de 3 a 5 metros de altura, vindas de São Paulo, chácaras particulares, viveiros da Prefeitura e muitas são reutilizadas de áreas atingidas por obras e demolições. Algumas mangueiras foram reemplantadas no parque, pois foram retiradas da área onde foi construído o viaduto da Penha João XXIII. As cascatas artificiais são movimentadas por bombas que fornecem uma lâmina de água de 10 cm de altura por uma extensão de 3 metros. A água é bombeada da casa de bombas para a nascente, desce em cachoeira sobre os dois lagos e é recolhida novamente para ser bombeada. Sendo assim, a mesma água sem haver desperdícios, mas também há registros que a água do reservatório foi usada algumas vezes para abastecer o lago .A área de esportes terá 3 quadras (futebol e basquete) com arquibancadas e um vestiário, área essa que pertencia a sede do Portinho F.C. A região administrativa da Penha era o responsável de abrir e fechar os portões da obra. O local era policiado por quatro guardas que se revezava (naquela época a violência não era tanta) e foram usados 36 trabalhadores nas obras. A administração do parque funcionava junto aos vestiários e sua principal função era evitar novas construções que poderiam de alguma forma interferir no tratamento paisagístico. Por isso o parque não teria bancos e as pessoas teriam que aproveitar as muretas de concreto. Segundo o secretário de obras públicas, uma das maiores preocupações dos arquitetos, era a beleza com que ficaria o parque.
A notícia se espalha, a imprensa escrita e falada comenta o grande dia, rádio Tupi, Diário de Noticias e Jornal do Brasil escreve sobre a grande inauguração Parque Ary Barroso, parque esse que custou um total de CR$220.000.000,00(que recebeu essa homenagem devido ao grande compositor ter morrido em 1964 e era grande frequentador da festa da Penha). Ao mesmo tempo outros parques eram inaugurados pela cidade, no dia 26 de setembro de 1965, às 15 horas, por portões eram aberto, com uma grande festa com a participação dos alunos da Escola Normal da Penha, que cantaram um hino inédito escrito pelo mestre Ary Barroso, o nome do rio era Rio anos 400(1965 a cidade estava completando 400 anos). O parque foi o primeiro e grande parque do subúrbio e que iria beneficiar toda a região da Leopoldina, pois todos teriam acesso ao parque, antes a maioria se dirigia ao Parque da quinta da Boa Vista. Houve até um aumento considerável de linhas de ônibus para poder levar aqueles que desejavam visitar o parque e, além disso, estava ocorrendo o processo do fim definitivo dos bondes.

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Um fato curioso é a história da cadela Bocanegra. A bichinha  foi abandonada ainda no inicio das obras do parque e foi rapidamente adotada pelos funcionários da obra. Durante o dia ficava ao lado dos trabalhadores, a noite ajudava na segurança do parque,mesmo depois das obras terem acabado e o parque aberto, Bocanegra adotou o lugar como seu eterno lar, ficava descansando nas sombras das arvores e bebia água no lago.Bocanegra não estava sozinha não, em meio as arvores existia dois macacos que infernizava os freqüentadores do parque, fora que no lado existia no lago peixes dourados, saracuras, gansos, jacus e pavões, era um verdadeiro paraíso no subúrbio , as famílias se reunião todos os dias , mas principalmente nos finais de semana. O Parque ficava aberto horário comercial e fechado durante a noite.

Em janeiro de 1969, é anunciada a construção da primeira piscina pública no interior do Parque Ari Barroso. Em março esta idéia foi descartada, pois para que o projeto fosse realmente a frente, teriam que retirar as quadras de esporte.
Outra curiosidade é que por um tempo o parque mudou de nome, passou a se chamar arraial do tri-campeão em homenagem ao time do Brasil campeão da copa do Mundo de Futebol no México em 1970, isso foi até noticiado no “Correio da manhã” no dia 24 de junho de 1970.
Infelizmente pouco tempo depois de sua inauguração o processo de degradação do parque teve seu inicio, com momentos de melhora, mas que por culpa de governo e da população culminou no abandono do parque.
O Orgão que tomava conta do parque, a Sursan( Superintendência de urbanização e saneamento) foi extinta no inicio dos anos 70 e nenhum outro órgão assumiu a administração do parque, passou a ficar totalmente abandonado, entregue a própria sorte, suas instalações começaram a ficar degradadas. Apenas em 1972 foi criado outro departamento para cuidar dos parques e jardins e voltou a cuidar do parque. Imaginem um parque que tinha a média de mil pessoas visitando todos os domingos ficava sem o cuidado necessário?
A cidade do Rio de Janeiro passou por várias crises hídricas em sua história, um desses anos foi o de 1974, a cidade enfrentou uma escassez de água, reservatórios em baixa e a Penha e o Parque sofreu com isso. Como a água que já era pouca não chegava ao alto dos morros em volta do parque, os moradores desciam para o parque para tomar banho e lavar suas roupas, usavam o lago para realizar isso, lembramos que isso era proibido, mas era muitas pessoas ao mesmo tempo e não tinha como controlar. Em 1979 mesmo com várias atrações como campeonato de pipas, colônias de férias e circo dentro do terreno do parque, o parque estava enfrentando o abandono do governo público, além as instalações ficando ruins e obsoletos, a segurança já não era motivos para elogios e a água já não era limpa e tampouco boa usar em brincadeiras.Anos 80 começa uma reação em cadeira onde todos os parques da cidade começam a ficar abandonados e toda a natureza cuidada durantes anos começa a desaparecer e junto com eles, seus frequentadores. Nessa mesma época começou a ter o registro dos primeiros casos de assalto a populares, como não existia mais segurança e o parque abandonado, estupros e assaltos eram constantes, usuários de drogas invadiam o terreno, prostitutas usavam o local como ponto de sexto, e a cada dia que passava, o número de frequentadores iria diminuindo. Em 1984 funcionou com menos da metade dos funcionários (13 de 28), mas estava bem cuidado.

Frequentadores só reclamavam das sujeiras geradas por religiosos que enchiam o parque seus rituais e dos desocupados. O encarregado, na época, reclamava das pessoas que invadiam o parque à noite. Pois os muros não haviam sido totalmente construídos.

Em 1992 o parque passou pela sua ultima grande reforma, o que trouxe um pouco de dignidade, tanto que Dorinha faziam alguns show no local interpretando canções de Ary Barroso, voltou a ter programas voltado para a população como aulas de capoeira e aulas de Tai-Chi-Chuan, mas isso não iria durar muito tempo.

O globo. Com realizou uma reportagem mostrando como um parque tão lindo em seu começo chegou a esse estágio de completo abandono, mesmo depois da inauguração da Arena Dicró e a implantação da base do exército, depois da UPP e da Upa ao lado, o parque jamais voltou a ser aquele orgulho da Penha, nos dias de hoje praticamente ninguém visita o local, exceto usuários de drogas e bandidos, todos tem medo de ir para o lado do antigo lago e da cascata, o parque infelizmente acabou e como suburbanos que amam nosso querido bairro e nosso parque, deveríamos olhar com carinho para esse monumento histórico, esse monumento que conta um pouco da história não apenas da Penha, mas de todo Rio de janeiro.

-Carlos Lacerda assinou o decreto definindo o nome do parque em 13 de fevereiro de 1964:
“O parque em construção na Penha, entre as ruas Flora Lobo e Lobo Junior e a av. Brás de Pina, em frente ao Hospital Getúlio Vargas e Viaduto João XXIII, passa ter a denominação Oficial de Ari Barroso” (Diário Carioca – Edição:11015/pág.6)


Bibliografia


 Facebook.com/subúrbiocarioca
Facebook.com/PenhaRJ
Instituto estadual de cultura
Freire, Américo: Guerra de posições na metrópole: a prefeitura e as empresas de ônibus no Rio de Janeiro (1906-1948). 1. Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001
Fraiha, Silvia: Ramos, Olaria e Penha.1.Ed.Rio de Janeiro: Editora:Fraiha
Letiere, Robson: Rio Bairros. 2.E.d- Editora própria.2015