As duas faces de Álvaro da Costa Mello
Ao andar pelas ruas de Bonsucesso e ramos vemos alguns prédios em azul e branco, e o mas alto deles com o nome Álvaro da Costa Mello. Então a curiosidade bate logo e logo nos perguntamos, a pessoa foi muito importante, a ponto de ter um prédio com seu nome( na verdade são dois prédios) e um busto em sua homenagem feito pelo a pedido do Unibanco em Bonsucesso.
Ao andar pelas ruas de Bonsucesso e ramos vemos alguns prédios em azul e branco, e o mas alto deles com o nome Álvaro da Costa Mello. Então a curiosidade bate logo e logo nos perguntamos, a pessoa foi muito importante, a ponto de ter um prédio com seu nome( na verdade são dois prédios) e um busto em sua homenagem feito pelo a pedido do Unibanco em Bonsucesso.
Álvaro era um português que, como muitos outros, chegou ao
Brasil para tentar vencer no mundo dos
negócios, mas sua história começa no dia de seu nascimento, dia 12 de junho de
1905 no lugarejo de Infias na Serra Estrela.
A família possuía uma lavoura pequena aonde Mello trabalhava
quando criança, assim poderia ajudar na renda familiar. Em determinado momento,
quando sua família viva uma crise financeira, pegou seu irmão Valentim e viajou
para os EUA onde lá trabalhou na construção civil, Mello Tinha apenas 16 anos.
Aos 22 anos decidiu tentar a vida no Brasil, chegou aqui em
terras tupiniquins no final dos anos vinte, onde conseguiu emprego de
motorneiro do Bonde 50/90. Mas Àlvaro sempre foi conhecido como um cara honesto
e inteligente, mas de cabeça muito esquentada, tanto que em pouco tempo de trabalho,
em uma discussão com seu fiscal, aplicou um soco nele, acabou sendo despedido e
voltou para Portugal, mas seria por pouco tempo.
Mello como trabalho do bonde e as finanças guardadas de
época dos EUA decidiu voltar ao Brasil para ser um jovem empreendedor, logo em
sua chegada comprou uma vila de casas em Olaria e alugou tudo rapidamente, mas
teve problemas com um dos seus inquilinos e , cabeça quente como ele era,
resolveu vender a vila e com o dinheiro investiu na compra da padaria Globo,
junto com seu compadre , que logo saiu do negócio e deixou ele tocando só.
Nessa sua aventura pelo bairro de Olaria conheceu Judith do
Rego Barros, filha do Manoel Francisco do Rego Barros, família esta dona de uma
parte das terras de Olaria, família muito tradicional que ajudou e muito a realizar
os sonhos de Mello. Os dois se casaram e tiveram duas filhas, Maria Rita e
Leopoldina , mas essa união não teve muito tempo de felicidade e no final dos
aos trinte houve a separação .
Nessa época Mello já era um comerciante conhecido na região,
um prospero homem que quase jogou tudo fora por causa de seus temperamento.
No dia 15 de março de 1938, no tabloide “O jornal” noticiava
uma tentativa de assassinato por parte do senhor Mello, segundo o jornal , o
SR. Mello estava desconfiando de estar sendo traído ,pois sua esposa tinha uma
amizade com o investigador Waldemar Luiz Bento., vivia vigiando sua esposa
pelas madrugadas, quando no dia 14, entrou em sua cozinha e viu o homem
conversando com sua esposa e num ataque de fúria atirou com uma colt 45 no investigador
e tentou estrangular a mulher, mas foi impedido por vizinhos e depois pela
força policial. Mello foi preso e condenado por dois anos de prisão.
A situação está tão ruim que Edith disse em entrevista ao
Jornal:
- “Meu marido é o único culpado de tudo isso, casei-me por
amor, quando ele era condutor de bonde, a pouco tinha chego de Portugal, mas
ele queria apenas saber de dinheiro.”
Essa declaração de Edith mostra um Àlvaro ambicioso, que
faria de tudo para crescer. Foi
Na época que ele foram casados, Mello comprou várias
padarias pela região, crescendo muito como empresário e nas palavras de sua
esposa fica bem claro que ele usou o prestígio e as verbas da família para
conseguir sua rede de padarias.
Quando essa situação toda passou, Mello casou-se novamente,
agora com uma de suas empregadas, D. Nizete que viveu com ele o resto da vida.
Empresário já bem sucedido, com várias padarias pela região,
decidiu investir na construção civil. Seu primeiro empreendimento na área foi à
compra de um grande terreno na praça do Carmo(entre Av..Brás de Pina e Estrada
Vicente de Carvalho) no final dos anos 40, local esse que era um lugar pobre e
vazio, sem atrativo algum, apenas um pequeno Vilarejo que, aos poucos foi sendo
modificado pelo espírito empreendedor de Mello. Assim que construiu o edifício
, comprou mais três terrenos e construiu lojas , apartamentos e um grande
cinema.
Não satisfeito, fez uma sociedade com o melhor amigo, Wilson
Xavier e com isso construiu várias lojas aos arredores das estações de trem da
Leopoldina.
Mas como ele foi parar em Bonsucesso?
No início os anos cinquenta o bairro de Bonsucesso ainda
preservava um aspecto rural, com poucas casas e quase nenhum comércio, o que
fez Álvaro Mello ver uma oportunidade de expandir seus negócios, sendo assim
construiu prédios na Avenida Teixeira de Castro n 10/51, Rua Bonsucesso n
280/290/101 e 440, Rua Cardoso de Moraes 173/118/80, todos esses prédio com até
seis pavimentos. Depois construiu seu maior empreendimento, seu orgulho, até
então o maior edifício do subúrbio carioca, na rua Cardoso de Moraes 221 com 14
pavimentos e praticamente todos os prédio na cor azul e branco, mas por que ?
Alvaro é o primeiro da direita para a esquerda
Alvaro é o primeiro da direita para a esquerda
Àlvaro foi um grande presidente do Olaria, amava o clube de
tal maneira que vira e mexe aparecia nas páginas de jornais brigando com todo
mundo para defender seus clube, foi patrono e principal responsável pela obra
do novo estádio da Bariri. O campo da Bariri era um campo feio e com condições
precárias de jogo, o que provocou a exclusão do Olaria de várias práticas
esportivas, foi quando Mello reformou todo o campo, mudou ele de posição , fez
a arquibancada e chamou para a festa de inauguração o Presidente da CBD João
Lyra Filho que, vendo o novo estádio, se viu na obrigação de recolocar o olaria
nas competições. Ele amava tanto o clube que, depois de uma vitória no ano de
1958, ele pagou uma premiação aos jogadores do próprio bolso.
presidente do Olaria, Àlvaro é o terceiro da direita para a esquerda
presidente do Olaria, Àlvaro é o terceiro da direita para a esquerda
Álvaro foi tão importante para a região que o gerente do
Unibanco, Wilson Xavier (seu melhor amigo) arrecadou fundos e mandou colocar um
busto em homenagem a ele no entroncamento das avenidas Teixeira de Castro e rua
Cardoso de Moraes. Mello sempre foi um cara importante e tinha acesso direto a
autoridades políticas cariocas, era devota a santa Luzia, viajava muito e se
tornou milionário. Ao final de vida ficou cego devido ao Glaucoma, parou de
construir no ano de morreu em 1992 na Penha.