O ABANDONO DO CEMITÉRIO – IRAJÁ PEDE
SOCORRO!
Esse pequeno
texto que vou escrever vai ter um conteúdo retirado de uma reportagem do ano de
1953, onde o periódico “A ÙLTIMA HORA” descreve o total abandono do cemitério
de Irajá, com foco de doenças, animais por todos os lados e roubos de
sepulturas. Vamos voltar ao tempo e entender que o resgate de nossa história
passa pelo presente, entendendo-o como um processo histórico que se arrasta por
vários anos. Claro que vou mudar e transcrever com palavras atuais e colocando
um pouco da minha visão sobre o assunto.
No final vou
postar a reportagem na integra,
infelizmente as fotos do jornal está ruim.
O visitante
do cemitério de Irajá ao entrar no local, logo constata o estado de completo
abandono a que está o sagrado terreno. O capim cresce de forma assustadora e
não é aparado a algum tempo, chegando a um metro de altura. Se as sepulturas
majestosas ficaram tampadas, imagina as mais modestas, desapareceram.
Do lado da
Lendária Igreja, o que estaria um cemitério ou uma Fazenda? Dependendo da
avaliação do leitor, aposto que entrando no local, você adoraria plantar algo e
não enterrar ninguém.
Mas tu
pensas que era apenas o capim que incomodava? Erro feio! Se tu tentasse se
aventurar para achar o túmulo da pessoa que ama tinha que enfrentar outro
problema: OS CABRITOS. Era comum ver os animais comendo as flores e velas
colocadas nos túmulos das pessoas- Segundo o jornal dos Sports , até registro
de ataques teve- .
Deveria
existir um muro cercando o cemitério né...Mas a muito tempo, parte desse muro
está rompido em várias partes , e por esses buracos entravam cabritos,
galinhas, porcos e acreditem bois. Durante o dia, parecia que estávamos visitando
uma bela fazenda ou chácara, remetendo as fazendas que existiam na velha
freguesia. Se não fosse os crucifixos espalhados no meio do mato, juraríamos que
era uma fazenda linda.
Essa
situação muito chata poderia ser facilmente evitada se os moradores vizinhos do
cemitério não deixassem seus animais soltos por ai. ( abrindo uma observação-
Olha em plenos anos 60, o bairro de Irajá ainda preservava um pouco da sua
ruralidade, a herança da zona rural ainda estava presente num bairro que já
tinha comércio e certos avanços, nos faz pensar que o novo e o antigo conviviam
lado a lado, ou podemos considerar isso como um atraso?) As pessoas deixavam
até os seus cavalos, que com fome, invadia o terreno atrás de um capim
delicioso. Os cavalos quebravam os túmulos e os cabritos cavavam os túmulos e
deixavam expostos restos de corpos humanos, que exalavam um cheiro terrível e
atraia animais como rato e escorpião.
Como já não
bastasse a invasão dos animais devido ao descuido da população, a alguns dias,
um pobre e velho cavalo acabou morrendo em cima de um dos túmulos. A 5 dias o
cavalo está no túmulo que dá para a rua Pirangi. O fedor estava indo longe, o
pobre animal velho e doente entrou em decomposição rapidamente. Alguns
moradores suportaram de forma “heroica” o fedor, mas não aguentaram o odor por
muito tempo, e fizeram reclamação com a administração do cemitério. O jornal
também recebeu inúmeras reclamações sobre o caso, foram ao local e constataram
que a carcaça foi devorada pelos urubus, ou seja, mais um animal para a “fazendinha
cemitério de Irajá”.
E os ladrões
de sepulturas a solta pela fazenda! HÁ anos o sr. Mario Guimaraes administra o
local, conta com um efetivo de 12 funcionários que não dão conta de fazer tudo
no gigantesco terreno. Na atual situação, era necessário no mínimo 150 homens
para colocar tudo 100% e o secretário da Aviação só mandou 15 homens para
socorrer o local. Os moradores relatam
movimentações durante na noite, e o roubo das artes sacras está constante e é
motivo de preocupação dos mesmos.