sábado, 19 de setembro de 2020

 

A verdadeira data da criação de Cordovil.

Para um historiador, a busca de fontes para comprovação de fatos que aconteceram no passado é o triunfo principal da profissão. Através de documentos, elaboramos teses e montamos uma “colcha histórica”, procurando ser o mais fiel o possível ao que aconteceu.

Ao iniciar as pesquisas sobre Cordovil antigo, sempre me incomodou o fato da data da criação do bairro, pois ela foi determinada através da política para agradar aos moradores, sem fundamento ou pesquisa para aprofundamento. Serei mais detalhista.

A formação dos bairros suburbanos (como estamos carecas de saber) se deu basicamente ao advento do trem e do bonde, os primeiros moradores procuravam morar o mais perto dessas paradas dos trens, pois teriam acesso a mercadorias mais frescas e um modo mais fácil de locomoção.

Infelizmente fizeram de  Cordovil um curral eleitoral de uma cerca família representada por uma antiga vereadora que só aparece em época de eleição, pois bem, essa vereadora determinou a criação do bairro , na minha visão sem uma pesquisa histórica aprofundada. Oficialmente o bairro nasceu dia 5 de outubro de 1910 devido a lei nº 989/2002, dessa, porém no livro de Waldir Fontoura nos mostra que existia um local onde o trem parava para descarregar produtos e embarcar os mesmos, essa primitiva estação estava na direção da Rua Cordovil, que foi construída para além de trazer e levar produtos agrícolas, levava também produtos para a construção de locais para captação de água de mananciais de Tinguá e Xerém.




Esse livreto me chamou atenção e por anos busquei alguma prova para desmentir a informação , se há registro de uma parada antes da estação e existia moradores já em 1880, Cordovil é mais velho do que pensamos.

A primeira fonte que achei que comprova que a “parada Cordovil” existiu foi achado em jornais antigos, no ANUÁRIO ESTATISTICO DE 1946,  onde a reportagem mostra bem claro a data da fundação da estação de Cordovil ou Parada Cordovil, 23 de outubro de 1886, ou seja , nos dias atuais, Cordovil não teria 110 anos, mas na verdade teria 132 anos.

A segunda fonte e decisiva que me inspirou a escrever esse texto  foi achada hoje, dia 19 de setembro de 2020, onde a reportagem do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, deixa claro que existia a “ESTAÇÃO DO CORDOVIL”, em 1888 ou seja, dois anos depois do 1886.






 Isso só mostra que quando se envolve interesses políticos onde não se devia, a história verdadeira se perde e somos enganados em nome do voto. Esse ano Cordovil oficialmente completará 110 anos, mas o certo, levando em consideração esses fatores, deveria completar 132 anos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

 

NÃO VOU FALAR DE ESCOLA, VOU FALAR DO BAIRRO

COLÉGIO!






Reclamação, uma situação constante para quem mora na zona suburbana da cidade.  Os bairros nasceram em volta dos Bondes e trens, mas pouquíssimos bairros receberam uma infraestrutura adequada para receber moradores, então podemos afirmar que esses bairros, de certa forma, de “fizeram sozinhos”?

O bairro do Colégio estava sofrendo muito no ano de 1936 com descreve o jornal A BATALHA, não nada de bom oferecido nem pelo governo e nem pela empresa de transporte. Mas uma vez vou transcrever uma reportagem da que vocês possam viajar no tempo e perceber que a luta por um bairro melhor é problemática antiga.

O serviço da E.F Rio D’Ouro era uma porcaria, verdadeiros lagos de água suja se acumulavam por todo o bairro, mosquitos e doenças, falta de policiamento...Um festival de reclamação

A reportagem ao caminhar pelo bairro do Colégio se viu assustada com  o total abandono do poder público, na verdade a reportagem pesquisou por dias vários bairros, mas nada parecido com o que iriam encontrar no bairro.

E.F.RIO D’OURO: è impossível deixar de notar que o quadro de horários dos trens do bairro é horroroso, ele fez o trajeto São Francisco x Colégio e percebeu o estado de abandono e horários confusos que não eram obedecidos. Os vagões da primeira classe estavam tomados de bichos e sujeira. Os colunistas deram “graças a Deus” por ter chego no local”.

Ao descer na estação deram de cara com a Rua Coronel Leitão e ali perto mais duas ruas em paralelo e percebeu um enorme brejo,fétido e cheio de bichos por perto, um estado de calamidade jamais vista, um lago de águas podres se formou em várias ruas por perto. A higiene das ruas é mitológica, podemos afirmar que é um milagre. E a reportagem deixa clara que não se sabia o que era mais suja: as ruas ou os trens.

A reportagem cita o termo “roça” descrevendo a visão de quando desceram, e destacou que a localidade ficava a minutos do centro da cidade e que seria inadmissível um lugar assim tão perto do centro econômico da cidade.  

Ao andar pelas ruas ao redor da estação, além do brejo, bichos e lagos de água podre, encontraram casa sem água e luz, ruas sem nenhuma iluminação pública, ruas de areia e lama.

LAGOS DE ÁGUA ESTAGNADA :A primeira Rua- Villa Souza-  que vai de encontro a Rua Coronel Leitão, tem uma espécie de praça e esse local que deveria receber famílias , recebia ratos e mosquitos, pois no local estava com litros e mais litros de água podre e lama  muito mal cheirosa. Um dos moradores relatou que gostaria muito de convidar o prefeito para ir até o local, para ver o que eles estavam passando.

O PERIGO PARA O TRâNSITO: Na rua segunda ,numa subida existente, o cujo calçamento se resume apenas no meio fio, há um buraco enorme. Segundo informações  que obtivemos dos moradores, os carros e caminhões passavam ali frequentemente. Não há uma bandeirinha ou nada que sinalize que o terreno era irregular e não bom para carros. Há eminência de um desastre era perceptível.

GENTE QUE SE CONFORMA: Os moradores do “Collegio” já se convenceram de que não adianta mesmo reclamar. Quanto ao capim se torna muito alto nas vias principais, os moradores pegavam as enxadas e partiam para o trabalho. Eles já faziam  isso a tanto tempo que pararam de reclamar.

MATA MOSQUITO E POLICIAMENTO: Observamos as valas imundas e cheias de toda a espécie de sujeira, perguntamos aos nossos informantes se os mata-mosquitos não desinfetam o local. A resposta foi bem esclarecedora:

-“ Os mata mosquitos”! AH! Os mata- mosquitos...Eles quando aparecem aqui só fazem questão de espiar dentro das moringas...Depois sai, pulam por cima das valas , fazem vista grossa e...caem fora...

O foi observado que dois desses trabalhadores estavam no botequim enchendo a cara e conversando alegremente bem no horário do expediente de trabalho.

Também tivemos a ciência que embora todos os impostos fossem pagos rigorosamente, isso incluía uma taxa de policiamento, os guardar mesmo não se via no bairro, polícia é algo que não existe no local.  

 


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

 

NOSSOS RIOS:MORTOS MAIS NOSSOS.

Caminhos do Meriti e Pavuna


A cidade histórica de São Sebastião do Rio de Janeiro tem uma hidrografia de provocar inveja a muitas cidades. Só em nossa querida cidade, existem 267 rios, isso mesmo! O que chamamos de “valão”, na verdade são rios que um dia teve vida e foram navegáveis.

Rios esses que forneceram peixes e formas de transporte numa época que estradas mal existiam e a forma mais simples de se chegar ao centro eram através de pequenas e médias embarcações. Até o começo do século, esses rios eram usados pelas populações locais como fonte de alimento e para curtir um belo dia de sol.

Faria- Timbó, Irajá, Pavuna, Meriti , Carioca e tantos outros que hoje estão maltratados, abandonados em meio a comunidades, largados pelo poder público e poluindo a cada dia que passa a nossa sofrível Baía de Guanabara.

A importância desses filhos da natureza era tanta que páginas inteiras de jornais eram dedicadas  ele e hoje mostrarei uma reportagem descrevendo com detalhes alguns desses filhos da terra.

 

 

A CARETA 1933

O Rio Pavuna também denominado S. João de Meriti desenvolveu-se na planície de Irajá, formado por uma parte de extensa bacia hidrográfica do rio Meriti e bacia do Irajá. O rio nasce num Igapó situado próximo da estrada de rodagem da Cancela Preta e Carrapato, nas fraldas do morro do Santo; e desenvolveu-se em torno dos morros do Bernardo, do Nazaré, do Maio e do Botafogo, lançando se no rio Meriti após um percurso de quase 14 quilômetros. O Rio Pavuna corre paralelo ao canal do mesmo nome desenvolvido em tangente entre a povoação da Pavuna e a confluência da Pavuna com Meriti, na extensão de 3.800 metros.

O rio Pavuna atravessa a estrada de ferro Central do Brasil , Linha Auxiliar e Rio D’Ouro recebendo pela margem direita o riacho Acari entre as localidades de Areal no Distrito Federal e a da Pavuna no Estado do Rio; e pela mesma margem nele despeja o córrego Cabral , situado entre a estrada do mesmo nome e estrada São Bernardo.

O rio Pavuna era outrora navegável (pelo jeito já em 1933 não era mais) na extensão de 4 km, compreendidos entre o seu porto e a foz do Meriti.

O rio Pavuna e o Canal do mesmo nome servem limites geográficos entre o Estado do Rio de Janeiro e o Distrito Federal.

O rio Meriti tem origem as vertentes dos morros da Cruz e da Pedra Rasa em Irajá e depois de receber as águas dos Rios das Pedras e Sapopemba, desenvolveu-se através da grande baixada até se reunir ao Pavuna, dai prosseguindo com o nome São João de Meriti, desagua finalmente na enseada de Irajá, na Baía de Guanabara, fronteiro da ilha de Saravatá, após um desenvolvimento de 16 km.  O Rio separa o distrito federal da comarca de São João de Meriti e atravessa a linha Auxiliar, a Rio d’Ouro e a Leopoldina.

È bom esclarecer que COMARCA SIGNIFICA:

-Uma comarca é um termo originalmente empregado para definir um território limítrofe ou região fronteiriça. Também pode receber os nomes de distrito ou bisbarra.


VIDEOS SOBRE A HISTORIA E A ATUALIDADE DOS RIOS .


PAVUNA :https://www.youtube.com/watch?v=teQaDdECvdg

MERITI :https://www.youtube.com/watch?v=7uLPQ_L13Qk

NASCENTE DO PAVUNA:https://www.youtube.com/watch?v=IDnTBdG3WKg

MERITI: https://www.youtube.com/watch?v=VuGB1xvliLk

sábado, 5 de setembro de 2020

 

IRAJÁ EM 1956- O SANTO NO MEIO DO INFERNO

Vocês já se perguntaram como era o bairro onde você mora em um determinado ano ou época? Entender o bairro atualmente é olha para trás e entender todos os problemas mal resolvidos do passado.

Antes de entrar e comentar sobre esse ano para ser esquecido pelo bairro, ler um pouco como foi o início do bairro que até os anos 60, era considerado ainda um pedaço do campo no meio da cidade grande.

De uma forma bem resumida, o bairro pertencia a Freguesia de Irajá. Considerada a maior Sesmaria do velho rio, as terras  englobava boa parte do atual subúrbio da Leopoldina até bairros da zona oeste. As terras foram concedidas a seu pioneiro, Antônio de França e criou o Engenho de Nossa Senhora da Ajuda. As atividades predominantes do velho engenho eram criação de gado, lavouras e cana-de açúcar.

Com o progresso e a expansão para o interior da antiga zona rural da cidade, as terras da freguesia se tornavam bairro e deixavam de ser chácaras e fazendas. De freguesia rural, Irajá se transformou uma freguesia suburbana devido a sua proximidade do centro da cidade. Com a chegada dos trens e bondes, que serviram o novo bairro, a expansão foi rápida, tanto é que em 1920, ao lado da freguesia de Inhaúma, 1\4 da população moravam nessas áreas.

È importante entender que o processo de expansão da cidade favoreceu a classe média alta e os poderosos, já que seguimos o modelo francês de cidade, onde ricos, poderosos e classes altas ficavam mais perto do centro e trabalhadores entre outros, eram sistematicamente afastados para as periferias e zonas mais afastadas. O modelo americano é considerado mais justo, se assim posso dizer, pois os ricos foram em direção as periferias e a classe trabalhadora ficou próxima ao centro econômico.

Mas falar de subúrbio é falar de altos e baixos. A criação dos bairros passou por tantas fases, em sua grande maioria com problemas sociais e estruturais graves que quase nunca são solucionados.

Os anos 50 representou um momento grave do bairro, várias reportagens do bairro mostravam os problemas latentes e que assolavam a localidade. Ainda considerado como zona rural, Irajá enfrentava enormes dificuldades e será isso que iremos ver a partir de agora. O texto foi escrito em cima de reportagens do jornal  A NOITE  do anos de 1956, onde peguei 4 reportagens para mostrar as dificuldade encontradas naquele ano.

A IGREJA E O CEMITÉRIO

O que seria pior para o bairro, “macumbeiros” ou assaltantes? Ambos eram problemas que assolavam seus moradores. O jornal destacou o abandono da igreja da velha freguesia e isso foi objeto de análise das reportagens.






O templo de Irajá, que já tivera dias melhores e tinha sido até ponto turístico estava vivendo um momento delicado. Muitos artistas visitavam o monumento para admirar tudo que ali estava.

A mais de 14 anos, a igreja está sob o comando do padre Luiz Garrido, que lutava sozinho para manter o local. Vivendo apenas de doação, as ricas famílias e pessoas com condições não ajudava em nada a irmandade. Precisando de obras de manutenção, o padre e a irmandade estavam desesperados sem saber o que fazer, campanhas aconteciam mais não sensibilizavam os poderosos do Irajá e isso fazia com o que não apenas a igreja, o cemitério sofresse com problemas sérios.

O problema financeiro era grave, mais o pior disso tudo era a profanação de um lugar religioso. Os “macumbeiros” e “feiticeiros”  que cercam o Irajá não respeitam nem a morada final. Ali, mesmo durante o dia, fazem seus trabalhos deixando um verdadeiro rastro de sujeita por todo lado. A praça de frente a igreja virou um cemitério de animais sacrificados, é galinha, porco, cabra, etc., Representações de satanás espalhados por todos os lados, até o cruzeiro foi tomado. Se ficassem nessa esfera, dava ainda para dar um jeito, porém os praticantes dessa religião invadiam terrenos alheios  e o cemitério e li vaziam festival de danças e luxurias.





PROBLEMAS COM A LUZ  E A ÁGUA

Ao soltar da estação de trem, os leitores percebem o problema logo de cara, a alguns passos mais a frente: A falta de luz! O trecho entre as ruas Monsenhor Felix e Automóvel Clube, as casas são bem arrumadas, lojas magníficas e calçamento com bom nível, mas quando chegamos às ruas arteriais que encontramos os problemas. È mato, valas e buracos para todos os lados. Na estrada do Fundão, onde encontramos ainda grandes propriedades produtoras, moradores morrem de sede e no escuro, pois nem água e luz chegam ali e um detalhe chama bastante atenção. Na rua passa a canos que levam água para os bairros ao lado e instalações elétricas passam bem perto também, ou seja, não há motivo nenhum para faltar esses dois bens. A água é um problema muito sério. São três quilômetros de estradas e nada de água e luz, a única coisa que ilumina as ruas são lampiões de querosene que os próprios moradores  colocavam.







EM DIA DE FEIRA...

A antiga feira de Irajá ficava na rua da estação, conhecida por vender frutas e leguminosas fresquinhas, de uns anos para cá, também ficou conhecida como “feira dos ladrões”. Umas chuvas de malandros frequentam o local, fixando-se no bar Progresso de Irajá. Fantasiados para manter um padrão social local para não levantar suspeitas, parecem uma quadrilha de tão organizados , escolhem suas vitimas e assaltam , correndo pela linha do trem, o policiamento local ( quando há) não consegue alcançar Cavalos criados a solta no bairro são usados para os assaltos em dia de semana. Em bandos, entram na Automóvel clube e fazem uma limpa quem passa por ali , jogando os cavalos para cima dos carros, onde o motorista é obrigado a parar para não atropelar o pobre cavalo , mas acaba sendo roubado.

O TREM

Após voltas por Irajá, convidamos o nosso leitor a fazer uma viagem até o centro do Rio com a velha Maria Fumaça. À entrada da estação não informa os horários dos trens, está mal conservada e suja e não oferece o conforto necessário para uma boa viagem. A única coisa que vimos no guichê foi horários escritos “trens para cima e trens para baixo”, para uma pessoa com pouco conhecimento, como adivinhar para onde está indo? Descobrimos que o último trem passa ali as 23:22 ,se perder esse, só as 04 hrs da manhã.







CONCLUSÃO

Mesmo cercado por macumbeiros, ladrões e com sérios problemas estruturais, o bairro é um dos mais prósperos do subúrbio do Rio D’Ouro. Se resolver todos esses problemas, Irajá será um dos melhores bairros para se viver.

 

  

BIBLIOGRAFIA

1-LIVRETO RIO BAIRROS – 2 EDIÇÃO – ROBSON LEITE – PRODUÇÃO AUTONOMA

2-DIÁLOGOS SUBURBANOS- 1 EDIÇÃO- JOAQUIM JUSTINO, RAFAEL MATTOSO E TERESA GHILHON- EDITORA MÓRULA

3-EVOLUÇÃO URBANA DO RIO DE JANEIRO – 4 EDIÇÃO – MAURICIO DE A ABREU –INSTITUTO PEREIRA PASSOS

4- FREGUESIAS DO RIO ANTIGO- 1 EDIÇÃO – NORONHA SANTOS – O CRUZEIRO

5- JORNAL A NOITE

6- JORNAL DIARIO CARIOCA

7- JORNAL DO BRASIL






terça-feira, 1 de setembro de 2020

ESCOLAS DE SAMBA EXTINTAS: UNIDOS DA PENHA 

Essa escola que irei abordar no texto a seguir tem uma particularidade: Ela ainda existe como uma agremiação de futebol amador e não por que não posso falar em “samba amador’, já que na sua página no facebook , ela se denomina “UNIDOS DA PENHA FUTEBOL E SAMBA”.


O carnaval suburbano, assim como o futebol amador sempre  andaram de mão juntas e arrastava milhares de pessoas para seus locais de festas e jogos de futebol . Nos dias atuais, o campos diminuíram bastante, quase não se existe locais de prática de futebol amador, poucos são os campos que ainda lutam contra a modernidade e o futebol na grama sintética.  Campeonato de futebol  amador na Leopoldina podemos ver ainda no “campo do maconhão” , no final da estrada do Porto Velho , no campo da Rua Cintra em Bráz de Pina e outros poucos locais. Abrindo uma brecha, poderia citar o campo do Gouveia em Paciência, onde é organizado um campeonato magnífico na região.


O futebol e o samba são marcas registradas no subúrbio da Leopoldina. Ali nasceram grandes time, ranchos e escolas de samba. Entre amadores e profissionais, ambos são importantes para explicar o crescimento das velhas localidades. Bairros como Cordovil, Braz de Pina , Penha, Olaria e Ramos sempre tiveram participações ativa no  mundo futebolístico e da festividade carnavalesca. Em Cordovil tínhamos o Independente de Cordovil e o Cordovil F.C, Braz de Pina a Tupy e Braz de Pina F.C. Na Penha, a Unidos da Penha e o Portinho F.C, time do Coronel Lobo Jr. Olaria é a terra do Goulart F.C e Ramos da Lendária Imperatriz. Todos esses e tantos outros escreveram cada linha do antigo subúrbio e que contam em lembranças dos antigos, a saudade de um tempo que não volta mais.


A história do Unidos da Penha é contada entre idas e vindas. Como eu já apontei acima, a escola não desfila mais, porém ainda funciona com a agremiação de futebol amador e disputa campeonatos até os dias atuais como foi comprovado em várias edições do JORNAL DOS SPORTS E  da página do clube no facebook(https://www.facebook.com/unidosdapenhafc) .


O clube foi fundado em 1941 como agremiação ambígua, e durante o primeiro ano foi se montando para ser um clube onde o povo da Penha pudesse participar. Sua sede sempre permaneceu no mesmo lugar, na Rua Seis número 19, na Penha Circular. Um ano depois, já estabelecido como clube importante da região, comemorou seu primeiro aniversário em um grande passeio para a Ilha de Paquetá, onde uma roda de samba regada a cerveja e churrasco alegrou os componentes- Diário de Notícias 1942.Vale ressaltar que o primeiro presidente foi o Sr. José Antunes , um esportista da época conhecido da região.



Há vestígios que existia um bloco de carnaval em 1939 com o mesmo nome, só ainda não saberia responder se alguém desses componentes fez parte da inauguração ou teve participação da fundação do novo “Unidos”, mas é certo que a escola desfilou como “escola de samba” e bloco durante alguns anos , tendo frequentado desfiles com outras grandes agremiações de carnaval . Como o carnaval era algo bem levado a sério na época, é bem possível que tivesse uma agremiação não oficial com o mesmo nome.





Em apenas dois anos de existência, o clube já era conhecido na zona leopoldinense e que honrava os suburbanos. O clube realizou uma belíssima homenagem ao “O RADICAL”, pela atuação do jornal nas notícias do dia a dia leopoldinense, pois a sua cobertura sobre a região era impecável segundo dizeres da época.




Com a intenção de interagir com outros clubes em1942, segundo o periódico “GAZETAS DE NOTÍCIAS” ,  trouxe uma reportagem do clube fazendo uma confraternização com a participação de outros clubes. Foi um dia de festa.




Sobre a escola de samba e blocos, poucos registros existem sobre a agremiação. Um fato de destaque da importância do clube foi uma festividade no ano de 1965 que teve participação do grande Carlos Alberto, que a frente seria o capitão do Tri. A escola desfilou na Rua montevidéu na Penha, na Democráticos em Bonsucesso, Na Praça XI e a Rio Branco no centro da cidade. A melhor colocação como escola de samba foi um 12 lugar entre 14 escolas e acumula milhares de desfiles como bloco, não ganhou muita coisa re relevância , porém o mais importante conseguiram: a alegria e o orgulho do povo da Penha .