A ILHA QUER SER COMPRADA- BROCOIÓ
Se a ilha
fosse uma cidade, seria mais velha que o Rio de Janeiro. Local de residência de
veraneio do Governador do Estado, atualmente a ilha se encontra abandonada e
não se tem notícias que conseguiu vender. Com a crise do governo, o velho
casarão luta contra o tempo e a maresia.
A ilha faz
parte do arquipélago de Paquetá, onde outras 14 ilhas fazem parte, ficando na
parte noroeste da ilha mãe, á exatos 300 metros de distância e não está aberto
a visitação.
Quem
descobriu a ilha foi a expedição francesa comandada por Villegagnon em 1555 e
inclusive foi sua última morada antes de voltar para a França. Ela ficou
abandonada durante alguns anos, sendo usada apenas para local de parada de
embarcações.
No século
XIX, DR. Thomaz Pinto se estabeleceu na ilha e ali abriu uma fábrica de Cal,
ficando ali uns anos e conseguindo se estabelecer de tal forma que mandou
trazer toda sua família.
Tempos
depois, a ilha passou a pertencer a Senhora Maria Albertina Saraiva de Souza, condessa
de São Tiago de Lobão do “Rio de Janeiro City Improvements.” Para quem se
pergunta que empresa é essa: A The Rio de Janeiro City Improvements Company Limited era uma empresa que
ficou responsável pelo esgoto da cidade a partir de 1857 com capitais
estrangeiros (ingleses).A The Rio de Janeiro City Improvements Company Limited,
conhecida depois como City, para a qual o contrato de Russel e Lima Junior foi
transferido, em maio de 1863; Essa empresa mais tarde se transformaria na nossa
CEDAE.
Essa empresa
teve inúmeros problemas com o governo carioca, constantemente era comum ver
reportagens sobre brigas judiciais com o governo municial. Usando como exemplo,
no ano de 1919, ouve uma crise do carvão na cidade do Rio, e a empresa queria
devastar a ilha e outros locais, derrubando árvores para produzir carvão. Essa
briga chegou até o Supremo. A prefeitura alegando que a empresa não pagaria os
impostos e que também faria um desmate sem precedentes. O supremo deu razão a
prefeitura.
Nos anos de
1930, a ilha foi comprada por Octávio Guinle, que a urbanizou, aumentou seu
tamanho. Sua casa foi construída em estilo Normando e o projeto foi feito pelo
arquiteto Joseph Gire, o mesmo que fez o Copacabana Palace. Nos primeiros anos
da ilha, as festas se tornaram lendários, muitos dos ricos cariocas
participavam das festas que “varavam” a noite e acabavam dentro de seus
luxuosos barcos. Era comum ver mulheres de políticos fazerem pic-nics finais de
semana. A ilha era descrita como a mais bela de todas com árvores centenárias ,
galinhas, marrecos e frutas para todos os lados.
Após o óbito
de sua mãe em 1936, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas passou alguns
dias na ilha com sua esposa, para descansar a mente e se retirar em sinal de
respeito a sua mamãe. Um detalhe importante são reportagem a partir dos anos de
1938 relatando o abandono da ilha, sabemos que ouve uma crise financeira por
parte da família e talvez a ilha ficou com um custo muito alto para a nova
realidade, o que ocasionou seu completo abandono por parte da família.
A ilha
recebeu inúmeros visitantes ilustres que ficaram hospedados na ilha, tais como:
Madame Chiang Kai-Sheik, Getúlio Vargas; os atores Errol Flynn e Tyrone Power e
o duque de Windsor.
Em 1944 Foi
adquirido pela prefeitura municipal por 6 milhões de cruzeiro pelo então
prefeito da cidade Henrique Dodsworth, posteriormente repassado ao estado.
Para ajudar
na preservação, a casa foi tombada pelo IPHAN em 1965.
Devido a
crise financeira vivida pelo Estado, a ilha encontra-se a venda por R$45
milhões de reais, foi feito dois leilões mais sem nenhum lance foi dado.
É bem verdade que detalhes da
propriedade em Brocoió nunca foram divulgados, mas o pouco que se sabe é
suficiente para afirmar que se trata de uma propriedade em que o exotismo
predomina. Em 1937, o jornalista Magalhães Correa traçou um perfil do local:
“cenário fantástico, sonho materializado e castelo de fadas”. Ao fim do artigo,
decretou: “Brocoió é, sem favor, a mais bela e encantadora das ilhas da
Guanabara.” Retirado
trecho da página Intriseca.
Outra coisa
que atrapalha muito a venda é a poluição da Baía de Guanabara e o forte cheio
que na margem do local tornando o local
pouco atrativo.A ilha nunca foi aberta ao público. Hoje, ela está praticamente
abandonada por seu atual proprietário, o Estado do Rio de Janeiro. A mídia só a
menciona de raro em raro, e quando o faz é para lembrar os custos de manutenção
de um bem que não serve para nada.
BIBLIOGRAFIA
https://www.cedae.com.br/tratamento_esgoto/tipo/historia-do-tratamento-de-esgoto
vejario.abril.com.br
http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/
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