quarta-feira, 8 de julho de 2020

A ILHA QUER SER COMPRADA- BROCOIÓ


 

Se a ilha fosse uma cidade, seria mais velha que o Rio de Janeiro. Local de residência de veraneio do Governador do Estado, atualmente a ilha se encontra abandonada e não se tem notícias que conseguiu vender. Com a crise do governo, o velho casarão luta contra o tempo e a maresia.

A ilha faz parte do arquipélago de Paquetá, onde outras 14 ilhas fazem parte, ficando na parte noroeste da ilha mãe, á exatos 300 metros de distância e não está aberto a visitação.

Quem descobriu a ilha foi a expedição francesa comandada por Villegagnon em 1555 e inclusive foi sua última morada antes de voltar para a França. Ela ficou abandonada durante alguns anos, sendo usada apenas para local de parada de embarcações.

No século XIX, DR. Thomaz Pinto se estabeleceu na ilha e ali abriu uma fábrica de Cal, ficando ali uns anos e conseguindo se estabelecer de tal forma que mandou trazer toda sua família.





Tempos depois, a ilha passou a pertencer a Senhora Maria Albertina Saraiva de Souza, condessa de São Tiago de Lobão do “Rio de Janeiro City Improvements.” Para quem se pergunta que empresa é essa: A The Rio de Janeiro City Improvements Company Limited era uma empresa que ficou responsável pelo esgoto da cidade a partir de 1857 com capitais estrangeiros (ingleses).A The Rio de Janeiro City Improvements Company Limited, conhecida depois como City, para a qual o contrato de Russel e Lima Junior foi transferido, em maio de 1863; Essa empresa mais tarde se transformaria na nossa CEDAE.





Essa empresa teve inúmeros problemas com o governo carioca, constantemente era comum ver reportagens sobre brigas judiciais com o governo municial. Usando como exemplo, no ano de 1919, ouve uma crise do carvão na cidade do Rio, e a empresa queria devastar a ilha e outros locais, derrubando árvores para produzir carvão. Essa briga chegou até o Supremo. A prefeitura alegando que a empresa não pagaria os impostos e que também faria um desmate sem precedentes. O supremo deu razão a prefeitura.

Nos anos de 1930, a ilha foi comprada por Octávio Guinle, que a urbanizou, aumentou seu tamanho. Sua casa foi construída em estilo Normando e o projeto foi feito pelo arquiteto Joseph Gire, o mesmo que fez o Copacabana Palace. Nos primeiros anos da ilha, as festas se tornaram lendários, muitos dos ricos cariocas participavam das festas que “varavam” a noite e acabavam dentro de seus luxuosos barcos. Era comum ver mulheres de políticos fazerem pic-nics finais de semana. A ilha era descrita como a mais bela de todas com árvores centenárias , galinhas, marrecos e frutas para todos os lados.





Após o óbito de sua mãe em 1936, o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas passou alguns dias na ilha com sua esposa, para descansar a mente e se retirar em sinal de respeito a sua mamãe. Um detalhe importante são reportagem a partir dos anos de 1938 relatando o abandono da ilha, sabemos que ouve uma crise financeira por parte da família e talvez a ilha ficou com um custo muito alto para a nova realidade, o que ocasionou seu completo abandono por parte da família.

A ilha recebeu inúmeros visitantes ilustres que ficaram hospedados na ilha, tais como: Madame Chiang Kai-Sheik, Getúlio Vargas; os atores Errol Flynn e Tyrone Power e o duque de Windsor.




Em 1944 Foi adquirido pela prefeitura municipal por 6 milhões de cruzeiro pelo então prefeito da cidade Henrique Dodsworth, posteriormente repassado ao estado.

Para ajudar na preservação, a casa foi tombada pelo IPHAN em 1965.


Devido a crise financeira vivida pelo Estado, a ilha encontra-se a venda por R$45 milhões de reais, foi feito dois leilões mais sem nenhum lance foi dado.

É bem verdade que detalhes da propriedade em Brocoió nunca foram divulgados, mas o pouco que se sabe é suficiente para afirmar que se trata de uma propriedade em que o exotismo predomina. Em 1937, o jornalista Magalhães Correa traçou um perfil do local: “cenário fantástico, sonho materializado e castelo de fadas”. Ao fim do artigo, decretou: “Brocoió é, sem favor, a mais bela e encantadora das ilhas da Guanabara.” Retirado trecho da página Intriseca.

Outra coisa que atrapalha muito a venda é a poluição da Baía de Guanabara e o forte cheio que na margem do local  tornando o local pouco atrativo.A ilha nunca foi aberta ao público. Hoje, ela está praticamente abandonada por seu atual proprietário, o Estado do Rio de Janeiro. A mídia só a menciona de raro em raro, e quando o faz é para lembrar os custos de manutenção de um bem que não serve para nada.



 

BIBLIOGRAFIA

https://www.cedae.com.br/tratamento_esgoto/tipo/historia-do-tratamento-de-esgoto

www.multirio.rj.gov.br

www.intriseca.com.br

www.diariodorio.com.br

vejario.abril.com.br

http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/

    

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