quarta-feira, 2 de julho de 2025

COPA RIO - JOGOS DA RODADA 01

 COPA RIO 2025- GAMA ESPORTIVA NA COBERTURA DOS JOGOS 


Todos os campeões da Copa Rio :

Volta Redonda : 5 títulos 

Portuguesa: 3 títulos 

Resende : 2 títulos 

Tigres do Brasil : 2 títulos 

Vasco da Gama : 2 títulos 

Nova Iguaçu: 2 títulos

Com 1 título: Pérolas Negras, Bonsucesso, Americano,Duquecaxiense,Duque de Caxias, Madureira,Fluminense,Boavista,Flamengo,Maricá,Audax,Rubro.


Segue a lista completa dos participantes da Copa Rio 2025, organizada de acordo com a classificação nas divisões do Campeonato Carioca de 2024:

Série A (1ª divisão) – 8 clubes

  • Nova Iguaçu

  • Boavista

  • Portuguesa

  • Sampaio Corrêa

  • Madureira

  • Bangu

  • Audax

  • Maricá

Série A2 (2ª divisão) – 8 clubes

  • Olaria

  • Duque de Caxias

  • America

  • Araruama

  • Cabofriense

  • Petrópolis

  • Resende

  • Americano

Série B1 (3ª divisão) – 4 clubes

  • Artsul

  • Paduano

  • São Gonçalo

  • Pérolas Negras

Série B2 (4ª divisão) – 4 clubes

  • Campo Grande

  • Bonsucesso

  • Niteroiense

  • Carapebus



A Copa Rio 2025 já começou e conta com uma premiação total de aproximadamente R$ 550 mil, valor que será distribuído entre os 24 clubes participantes. De acordo com a FFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), a divisão dessa receita foi previamente compartilhada com os clubes envolvidos no torneio.

Dentre o montante total, R$ 200 mil estão reservados exclusivamente para os finalistas. O time campeão terá a prioridade na escolha entre as duas principais recompensas: disputar a Série D do Campeonato Brasileiro ou a Copa do Brasil. A equipe que optar pela vaga na Série D receberá R$ 150 mil, enquanto aquela que escolher a Copa do Brasil ficará com R$ 50 mil referentes à final.






CAMPO GRANDE 2X0 AMERICANO - Gols: Lucas Vieira e Danilo 

SÃO GONÇALO 1X0 OLARIA -Gol: Mauricio

PÉROLAS NEGRAS 0X2 RESENDE-Gols: Lucas Dantas e Mitson 

NITEROIENSE 0X0 AMÉRICA 

CARAPEBUS 1X0 DUQUE DE CAXIAS -Gol: Manga

PADUANO 1X1 CABOCRIENSE -Gols: 
Paduano : Jackson 
Cabofriense: Pedro Lucas 

ARTSUL 0X0 PETRÓPOLIS 

BONSUCESSO 0X0 ARARUAMA


A primeira fase da competição já foi concluída, com a eliminação de oito equipes: Niteroiense, São Gonçalo, Artsul, Carapebus, Paduano, Campo Grande, Pérolas Negras e Araruama.




Duque de Caxias 2x0 Carapebus (0x1). Gols : Espinho e André Santos .
O Duque de Caxias passou com dificuldades pelo time do Carapebus e está classificado para a segunda fase da Copa Rio, onde enfrentará o Madureira. A equipe vencedora, assim como as demais, tem um investimento menor; porém, está no meio da temporada, o que dá ao time uma certa vantagem.

 America 2x0 Niteroiense (0x0)
Gols : Lacovelli e Nauhan
O América despachou o Niteroiense da terceira divisão e o sonho de uma competição nacional continua, já que a campanha no Carioca está aquém da tradição do clube. O América pega o Audax Rio. 

 Cabofriense 1x0 Paduano (1x1) gols : Alex Santos 
No aperto total, a Cabofriense suou sangue para se classificar sobre o tradicional Paduano e vai pegar na segunda fase o Boavista, que está na disputa da Série D do Brasil, mas está muito mal , estando na última colocação do seu grupo. 

 Resende 2x1 Pérolas Negras (2x0). Gols Resende: Pablo e Mitson . Pérolas Negras - Garrinsha 
Dois jogos e duas vitórias. O Resende não teve pena do companheiro de divisão. O Pérolas Negras confirma o péssimo ano e além de eliminado na Copa Rio, está na zona de rebaixamento da Série A2. O Resende pega A Lusa Carioca. 

 Olaria 5x0 São Gonçalo (0x1)- gols: Rhyan, Cipriano e Jadilson 
E não é que o líder da Série A2 caiu de goleada para o Olaria ? O índio do Subúrbio mostrou todo o seu poder e derrotou com autoridade o time da grande Niterói , mostrando que vai entrar nessa Copa Rio para vencer e voltar a competições nacionais. 

O Olaria enfrentará o Nova Iguaçu . 

 Petrópolis 2x0 Artsul (0x0)

O Petropolis venceu o Artsul sem muitas dificuldades e na segunda fase tem uma parada muito dura: o Maricá, que está com a temporada completa, disputando a Série D do Brasileiro e na disputa direta pela classificação para a segunda fase. 

Americano 2x0 Campo Grande (0x2) 
Americano 5x6 Campo Grande (pênaltis)

O Campo Grande mostrou que tradição caminha junto com camisa pesada. Mais um duelo entre equipes de divisões diferentes: a equipe de Campos está na Segundona e vive uma grande fase, enquanto o Campo Grande ainda vai iniciar sua temporada. Mesmo perdendo a partida de volta, conseguiu levar a decisão para os pênaltis e garantiu a classificação.

E nada melhor do que um grande clássico para a segunda fase: Bangu x Campo Grande.


Araruama 0x0 Bonsucesso (0x0)
Araruama 2x3 Bonsucesso (pênaltis)

Heróico. O Araruama está no meio da temporada, disputando a Série A2. Mesmo estando em último lugar, é tecnicamente melhor que o Bonsucesso, que está na terceira divisão e ainda nem havia iniciado sua temporada. Mas isso não foi suficiente para parar o Leão da Leopoldina, que, com muita vontade, segurou o Araruama. Mesmo perdendo no tempo normal, levou a decisão para os pênaltis e, ali, eliminou a equipe adversária.

Agora, o Bonsucesso encara uma parada duríssima: o Sampaio Corrêa.



Oitavas de final da Copa Rio

Audax Rio x America
Boavista x Cabofriense
Nova Iguaçu x Olaria
Sampaio Corrêa x Bonsucesso
Maricá x Petrópolis
Madureira x Duque de Caxias
Bangu x Campo Grande
Portuguesa x Resende



domingo, 29 de junho de 2025

FLUMINENSE É TRADIÇÃO !

 REAL OLVIEDO MAIOR QUE O FLUMINENSE ? 


Estamos testemunhando o primeiro Mundial de Clubes da FIFA, e com isso diversos jornalistas estrangeiros começaram a fazer campanhas a favor e contra a competição. Havia quase um consenso na imprensa internacional de que os times sul-americanos passariam vergonha nesse Mundial, mas não foi o que vimos.

Palmeiras e Fluminense jogaram melhor que PSG e Borussia; o Flamengo fez uma grande partida contra o Chelsea e venceu com goleada; e o resultado que chocou o mundo: o campeão da Champions League, o PSG, perdeu para o Botafogo, que atuou de forma tática e valente. O que era visto como uma vitória certa dos europeus passou a gerar opiniões divididas.

Uma série de desculpas começaram a ser levantadas para justificar o desempenho desses times. É perceptível que, ao tirá-los da zona de conforto, o jogo se equilibrou. Mas será que estamos realmente tão distantes, tecnicamente, de times que ocupam a "prateleira B" da Europa?

Claro, hoje na Europa podemos destacar um "Big Six": Real Madrid, Barcelona, PSG, Manchester City, Liverpool e Bayern de Munique. Ao meu ver, esses são atualmente os clubes da prateleira A do futebol europeu. Contra esses, o desafio técnico é realmente maior. Mas Flamengo, Fluminense e companhia mostraram que, com treinamento, tática disciplinada e equilíbrio estrutural, um time brasileiro consegue sim competir de igual para igual — e até vencer — equipes das prateleiras B e C, e quem sabe, até da prateleira A.

Lembre-se de que Flamengo e Palmeiras equilibraram as ações nos Mundiais contra Chelsea e Liverpool. Mas vamos nos atentar ao título do artigo. 

Essa semana, vi uma espécie de mesa redonda na Espanha, onde três jornalistas compararam o Fluminense — um dos 12 gigantes do futebol brasileiro e de muita tradição — ao time do Real Oviedo. Vamos, então, conhecer, caros leitores, quem é o Real Oviedo.

Na temporada 2024/2025, a equipe estava na segunda divisão e terminou na terceira colocação, o que lhe garantiu o direito de disputar a La Liga 2025/2026. A campanha foi composta por 42 jogos, com 21 vitórias, 12 empates e 9 derrotas.

O Real Oviedo foi criado em 1926, resultado da união entre o Estadio Ovetense e o Real Club Deportivo Oviedo. O primeiro clube havia sido formado por jovens que estudaram na Inglaterra, onde o futebol já era bastante difundido. O segundo surgiu alguns anos depois, como consequência de uma divisão interna no Estadio Ovetense.

O clube, localizado na região autônoma das Astúrias, tem como principais conquistas cinco títulos da segunda divisão espanhola e quatro da terceira divisão. O Real Oviedo já participou 38 vezes da primeira divisão do Campeonato Espanhol. O time não tem muitos feitos sigficativos. 

Vamos agora falar do Fluminense! O Tricolor das Laranjeiras foi um dos primeiros clubes fundados na cidade do Rio de Janeiro, teve papel fundamental na organização do futebol carioca e foi um dos responsáveis pela criação do Campeonato Carioca.

Quatro vezes campeão brasileiro da primeira divisão, vencedor da Copa do Brasil e da Copa Libertadores, entre muitos outros títulos. Pelo Tricolor das Laranjeiras passaram craques que ajudaram a escrever a história do nosso futebol.

O clube também esteve presente na assinatura da profissionalização do futebol em 1933. O Fluminense é história viva e abriga um dos estádios mais antigos da cidade e do Brasil. A importância do time para a história se mostra na análise das fontes. O time foi o responsável em jogar o primeiro jogo oficial da história do Campeonato Carioca de 1906, campeonato esse que ele ajudou a organizar. Dia 03 de maio de 1906, o Fluminense abriu o Carioca contra a equipe do Paysandu e o tricolor das Laranjeiras mostrou por que já desde começo ,seria conhecido como uma potência:7x1, jogo realizado no campo da Rua Guanabara, onde mais tarde seria construído o Estádio das Laranjeiras. Ali começava o caminho de glórias. 

Isso estou aberdando apenas o começo do Fluminense, se eu pudesse citar todas as glórias, precisaria de anos de escrita. O time foi campeão de diversos torneios internacionais e nacionais, diversos jogadores cedidos a seleções brasileiras e mundiais. Uma infinidade de títulos e importância histórica. Olha que o clube já fez para contribuir com o país. 


Fluminense: um clube que também entrou em campo na Segunda Guerra Mundial

O Fluminense Football Club protagonizou um capítulo pouco conhecido, mas marcante, de sua história durante a Segunda Guerra Mundial. Em um gesto patriótico, o Tricolor arrecadou fundos entre seus associados e torcedores para adquirir e doar um avião à Força Expedicionária Brasileira (FEB). A aeronave, um monomotor Fairchild PT-19, foi batizada de "Coelho Netto", em homenagem ao escritor e patrono do clube, e entregue oficialmente em uma cerimônia realizada no estádio das Laranjeiras, pouco antes de um clássico contra o Flamengo.

Além da doação do avião, o Fluminense também colocou suas instalações à disposição do país. Em seus espaços foram promovidos cursos de enfermagem para formação de profissionais que, posteriormente, integraram os contingentes brasileiros enviados à campanha na Itália.

As ações do Fluminense durante o conflito mundial evidenciam o papel ativo do clube fora das quatro linhas. Mais do que vitórias em campo, o Tricolor das Laranjeiras demonstrou compromisso com causas maiores, contribuindo diretamente para o esforço de guerra do Brasil contra o nazismo e o fascismo.

A pergunta que deixo é : ter certeza que tem como comparar ? 


fontes pesquisadas: 

1- LIVRO FLUMINENSE, O PRIMEIRO TETRA CAMPEÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO 

2- HISTÓRIAS DOS CAMPEONATOS CARIOCAS DE FUTEBOL 

3-https://futebolnacional.com.br/siteapp/page.jsp?module=championship&code=D868920C830AD300DB7282D40DA28A48&lang=pt-br&img=y

4-https://www.espn.com.br/futebol/time/elenco/_/id/92/esp.real_oviedo

5-https://www.ogol.com.br/equipe/real-oviedo/2545

6- https://www.realoviedo.es/

segunda-feira, 16 de junho de 2025

ANIVERSÁRIO DO MARACANÃ

75 ANOS DO ESTÁDIO DO MARACANà

Hoje é aniversário de 75 anos do Maracanã, mas a história esportiva da região é bem mais antiga. Este ano o antigo Derby Club, que cedeu seu terreno para o atual estádio Mário Filho, completaria 140 anos.
A própria estação Maracanã já teve outro nome: Derby Club. Inaugurada em 1885 e, de acordo com o relatório Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) de 1902, tratava-se de uma plataforma utilizada em dias de corrida no Derby Club – que ficava ao lado da estação – , onde era praticado o Turfe, como é conhecido o esporte de corrida de cavalos.


Abaixo uma imagem de jóqueis que disputaram páreos no Derby Club, em 1911, trajando as fardas com as cores de seu haras e coudelarias.
Cabine de controle da estação Derby Club em 1941.

Não é o Bellini?

A famosa estátua do zagueiro do Vasco da Gama, Bellini, segurando a Taça do Mundo de 1958, na verdade... não é exatamente do Bellini. Pouca gente sabe, mas a escultura tem uma origem bastante curiosa.

O artista Matheus Fernandes, do Instituto Municipal de Belas Artes, estava originalmente esculpindo uma peça de 9 metros em bronze em homenagem ao cantor Francisco Alves, conhecido como “O Rei da Voz”. A obra havia sido encomendada por uma rede de lojas que levava o nome do cantor e patrocinava a escultura.

No entanto, com a conquista da Copa do Mundo de 1958 e sob forte pressão do Jornal dos Sports, que exigia uma homenagem digna aos campeões do mundo, decidiu-se que a estátua deveria ser dedicada à Seleção Brasileira — e o local escolhido foi justamente em frente ao maior estádio do mundo: o Maracanã.

O artista então fez uma “adaptação” e transformou a figura do cantor no zagueiro Bellini, eternizado no gesto simbólico de erguer a taça. Mas se você olhar com atenção... o rosto não é o do Bellini. É o do cantor da época.



Com a obra ainda inacabada e cheia de andaimes, a seleção de São Paulo venceu a do Rio de Janeiro por 3 a 1, embora o gol inaugural tenha sido de Didi, que jogava pelo Rio. Sete dias depois, o Maracanã foi palco da abertura da Copa do Mundo de 1950, na partida entre Brasil e México.


Porém, o entorno ainda não havia sido devidamente urbanizado. Podemos ver a favela do Esqueleto, atual Uerj. Esse prédio era para ser um hospital que ajudaria a ampliar a rede de saúde da cidade e serviria como local para escoar qualquer problema em relação a Copa do Mundo. 


Maracanã - 17.05.1963. A rua São Francisco Xavier foi projetada em 1952 e inaugurada dez anos depois, após a remoção de 495 barracos da antiga Favela do Esqueleto. A Favela do Esqueleto surgiu na década de 30, após a paralização na construção de um hospital do Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAP)




CURIOSIDADES DO MARACANà

1. Já teve o maior público da história do futebol

  • Em 16 de julho de 1950, durante a final da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai (o famoso "Maracanazo"), o estádio recebeu cerca de 200 mil pessoas. Oficialmente, foram registrados pouco mais de 173 mil pagantes, mas estima-se que o número real ultrapassou os 199 mil.

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2. Já virou palco de grandes shows

  • Além do futebol, o Maracanã já recebeu artistas de renome mundial, como:

    • Frank Sinatra (1980) — um dos primeiros megaeventos musicais no estádio.

    • Madonna (1993), com público de mais de 120 mil pessoas.

    • Paul McCartney, Rolling Stones, U2, entre outros.

    • Em 1991, Ayrton Senna até desfilou com um carro da Fórmula 1 no gramado durante um evento de comemoração.


🏆 3. É o único estádio a sediar duas finais de Copas do Mundo

  • Foi sede das finais da Copa do Mundo de 1950 (Brasil x Uruguai) e da Copa do Mundo de 2014 (Alemanha x Argentina).


🤯 4. Já teve até uma “chuva de rádios”

  • Em 1950, após a derrota do Brasil para o Uruguai, torcedores revoltados começaram a arremessar seus rádios das arquibancadas, simbolizando o desespero e frustração nacional.


🎭 5. Foi palco de velórios históricos

  • O Maracanã já foi utilizado como local de velórios públicos de ídolos nacionais, como:

    • João Saldanha (jornalista e técnico da Seleção)

    • Garrincha

    • Eusébio (ídolo português, em uma cerimônia simbólica)

    • O caixão de Pelé também foi levado ao Maracanã em 2023 para uma homenagem antes do cortejo final em Santos.


🏟️ 6. Já teve grama sintética (e isso virou polêmica)

  • Por um curto período nos anos 2000, o Maracanã testou a instalação de grama sintética, o que gerou enorme rejeição de jogadores e técnicos. A ideia foi abandonada.


🧱 7. Já teve uma comunidade indígena ao lado

  • Próximo ao estádio existia o prédio do antigo Museu do Índio, ocupado por indígenas e ativistas que lutavam pela preservação da memória indígena. Durante as obras para a Copa de 2014, o governo tentou removê-los à força. Após muita pressão, o prédio não foi demolido, mas a comunidade foi retirada.


🛠️ 8. Foi parcialmente demolido e reconstruído

  • Para a Copa de 2014, o Maracanã passou por uma reforma radical. O anel original foi demolido e o novo estádio foi construído dentro da estrutura externa histórica, com arquibancadas mais modernas e cobertas. Isso gerou críticas por descaracterizar a estrutura original.


👶 9. Teve um “batizado de gols” em sua inauguração

  • O primeiro gol da história do Maracanã foi marcado por Didi, jogador da Seleção do Rio, em um amistoso contra São Paulo, durante a inauguração parcial do estádio, em 1950.


👻 10. Alguns dizem que é “assombrado”

  • Há várias lendas urbanas sobre o Maracanã ser mal-assombrado. O “Maracanazo”, acidentes ao longo dos anos e mortes trágicas contribuíram para esse imaginário popular, principalmente entre torcedores supersticiosos.







Historiografia do Estádio Mário Filho – Maracanã

O Estádio Jornalista Mário Filho, conhecido popularmente como Maracanã, é um dos monumentos mais emblemáticos do futebol mundial e uma peça-chave na história urbana, esportiva e cultural do Brasil. Sua trajetória, iniciada ainda na década de 1940, entrelaça-se com momentos decisivos do século XX e XXI, sendo palco de eventos que transcendem o esporte.

A ideia de construir um grande estádio no Rio de Janeiro surge no contexto da escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 1950. O país vivia um período de otimismo desenvolvimentista no pós-Segunda Guerra Mundial, e o governo federal, juntamente com o então Distrito Federal (Rio de Janeiro), via no evento uma oportunidade de projetar uma imagem moderna do Brasil ao mundo.

Sob a liderança do jornalista Mário Filho — defensor fervoroso da construção do estádio no bairro do Maracanã — e enfrentando resistência de setores da elite que preferiam a Zona Sul carioca, iniciou-se em 1948 a construção do estádio. A obra, conduzida em ritmo acelerado, envolveu diversos arquitetos, como Waldir Ramos e Raphael Galvão, e mobilizou grande contingente de trabalhadores. O custo elevado, os atrasos e os debates políticos em torno da obra marcaram esse período inicial.

O estádio foi inaugurado oficialmente em 16 de junho de 1950, ainda inacabado, com um jogo entre seleções do Rio de Janeiro e de São Paulo. O ponto alto veio semanas depois, em 16 de julho, com a final da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai, episódio conhecido como “Maracanazo”. A derrota por 2 a 1 diante de cerca de 200 mil espectadores — maior público registrado da história do estádio — transformou o local em símbolo trágico e místico do futebol brasileiro.

Ao longo das décadas seguintes, o Maracanã consolidou-se como o principal palco esportivo do país. Clubes como Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco da Gama fizeram do estádio sua casa, promovendo clássicos históricos. Diversos jogadores lendários brilharam em seu gramado, como Zico, Pelé, Garrincha e Romário.

O estádio também foi cenário de momentos icônicos, como o milésimo gol de Pelé, em 1969, e conquistas nacionais e internacionais de clubes cariocas. Com sua arquitetura monumental e atmosfera única, o Maracanã ganhou reputação internacional, tornando-se referência entre estádios do mundo.

Mais do que um estádio, o Maracanã é um espaço carregado de significados políticos, sociais e culturais. Recebeu shows históricos, como os de Frank Sinatra, Madonna, Paul McCartney e Tina Turner, e serviu de palco para manifestações políticas e eventos religiosos. É também símbolo de resistência popular — em torno de sua preservação e contra os impactos sociais das reformas, como a remoção da antiga comunidade da Aldeia Maracanã e do Museu do Índio.





Você sabia que o Maracanã quase foi construído em Jacarepaguá? Sim, meus amigos! A construção do estádio não escapou das disputas da política nacional.

Um dos principais nomes da época, o político Carlos Lacerda — que era adversário do então prefeito do Rio de Janeiro — se opôs fortemente à construção do estádio no bairro do Maracanã. Para Lacerda, o estádio deveria ser construído em Jacarepaguá, pois havia espaço de sobra para um projeto daquela magnitude.

O problema é que Jacarepaguá, naquela época, não contava com infraestrutura de transporte adequada. Seria necessário abrir grandes avenidas, implantar linhas de trem e criar rotas de ônibus. Tudo isso tornaria a obra praticamente inviável do ponto de vista financeiro.


Infelizmente, nem tudo foram flores na história lendária do Maracanã. Um grave acidente ocorrido em 1992, durante o segundo jogo da final do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Botafogo, vitimou três pessoas e deixou outras 82 feridas. O incidente aconteceu quando uma parte da estrutura cedeu, fazendo com que torcedores caíssem da arquibancada superior em direção à inferior.

Foram 13 metros de grade que, simplesmente, não suportaram o peso e se romperam.

O estádio permaneceu fechado por sete meses para realização de obras. No dia do jogo, que reuniu mais de 150 mil pessoas, havia apenas seis médicos e oito enfermeiros — número claramente insuficiente para atender a um acidente daquela magnitude.




FOTOS CEDIDAS PELO AMIGO E HISTORIADOR RAFAEL MATOSO. 
TEXTOS EM ITÁLICO : RAFAEL MATOSO 
TEXTOS HISTORIOGRÁFICOS: PAULO JORGE 

terça-feira, 9 de julho de 2024

 POSTO 11- CONHECENDO O POSTO 11.


IMAGEM RETIRADA DA PÁGINA MEMÓRIA SUBÚRBIO CARIOCA 

( o texto vai abordar apenas o começo da magnífica história do posto 11, uma homenagem a uma edificação que ajudou a salvar milhares de vidas suburbanas).

FORMAÇÃO DO SUBÚRBIO: SEUS PRIMEIROS MORADORES

Como podemos falar de um posto de saúde e sua atuação sem falar do contexto da formação dos bairros que o cercam? Como esses bairros se formaram, qual era o perfil dos primeiros moradores, o que eles passavam e por que surgiu a necessidade da construção do posto? Iremos observar que o subúrbio nasce e cresce em meio a problemas graves e à ausência do poder público. Uma série de fatores contribuiu para que epidemias se alastrassem pela região, tornando "obrigatória" a construção de um local para cuidar da saúde.

Antes dos atuais bairros que cresceram em volta da linha férrea da Leopoldina, essas regiões eram basicamente preenchidas por grandes chácaras e fazendas, com poucas pessoas morando por aqui. Podemos comprovar isso com os censos realizados antes da inauguração da Estrada de Ferro da Leopoldina. Em 1821, a freguesia de Irajá apresentava 3.757 pessoas, lembrando que nessa época a freguesia englobava bairros até a zona oeste. Já em 1838, 5.034 pessoas moravam na freguesia.

Com a chegada do trem, a movimentação de produtos e pessoas começou a crescer rapidamente e o deslocamento dos mais pobres em direção a esses locais, agora loteados por empresas ou por grandes famílias, criou, com o passar do tempo, o Subúrbio e a Zona Oeste. Para quem não conhece a história da cidade, no início do século XX, iniciou-se um movimento de modernização de toda a região central da cidade, abrindo novas ruas, reformando prédios, melhorando sistemas de iluminação e esgoto e retirando os mais pobres para regiões inóspitas da cidade. Quando Pereira Passos colocou seu grande plano em prática, a BELLE ÉPOQUE, milhares de casas foram derrubadas, pessoas mal foram indenizadas e muitas delas partiram para os morros ou procuraram outros lugares longe do moderno centro da cidade.

Depois da modernização, o Centro da Cidade tornou-se um local muito valorizado e caro para se morar, já que os governantes adotaram um modelo de cidade diferente do que estava em alta no momento: o estilo americano, onde os mais ricos e poderosos se dirigem às periferias e as regiões centrais ficam reservadas para os trabalhadores, pois o deslocamento seria menor e o rendimento no trabalho seria maior. Com o afastamento dos trabalhadores, a formação do subúrbio foi pautada no uso dos trens para o deslocamento, depois na construção de estradas e na introdução dos bondes. Estradas e ruas foram muitas vezes abertas pelos antigos donos das fazendas que loteavam o local ou pelas empresas que compravam essa mesma terra e abriam ruas.

A cidade começa a ser dividida em núcleos que se definem por área, uma divisão social que vai se mostrando a cada bairro que se afasta mais da zona central. Segundo estudos, podemos dividir a cidade em três grandes núcleos que servem para definir bem sua representatividade: Núcleo Central, Núcleo Suburbano I e Núcleo Suburbano II.

Penha e Olaria, que serão os bairros apresentados, pertencem ao Núcleo Suburbano I, divisão periferia, que tem características próprias de ocupação e cada bairro com suas particularidades.

Antes de nascerem como bairros, ambos os territórios pertenciam à freguesia de Irajá. Essa freguesia foi criada em 1644 e confirmada pelo Alvará de 10 de fevereiro de 1647. Ambos os bairros eram ocupados por grandes fazendas e possuíam litoral com presença de pequenos portos para escoar a produção dessas fazendas.

O bairro da Penha ganhou esse nome graças à Igreja de Nossa Senhora da Penha. Nesse local, podemos destacar o Quilombo da Penha, uma antiga chácara comprada pelo padre Ricardo para receber escravizados fugitivos e protegê-los. O fazendeiro Lobo Jr., junto com o padre Ricardo, alavancou e ajudou no crescimento do pequeno e antigo arrabalde. No mesmo período, as terras das “olarias” estavam sendo loteadas pela família Rego, e perto de onde seria aberto no futuro um posto de saúde, estava sendo inaugurado um pequeno açougue que mais tarde se tornaria o matadouro da Penha (que ficava em Olaria).

Os primeiros moradores dessa região, atraídos pelos preços e pela facilidade da venda dos terrenos, eram em sua maioria de origem humilde. Claro que o local, pela proximidade do mar e pelo crescimento do comércio em volta da linha de ferro, também atraiu comerciantes portugueses e brasileiros em busca de oportunidades. Porém, a esmagadora maioria era composta por pessoas da classe C em busca de uma melhor condição de vida. Os primeiros anos foram difíceis para esses moradores.

O governo carioca se preocupou apenas com infraestrutura e condições de moradia para a região central. O subúrbio, assim como boa parte da zona norte (exceto pelos bairros centrais), praticamente se desenvolveu com a mão de obra dos próprios moradores. As grandes imobiliárias ou famílias que loteavam as antigas fazendas apenas abriram ruas e construíram casas, não se preocupando com transporte, água, eletricidade ou saneamento básico (salvo em situações raras). Isso tudo ficou a cargo desses moradores, que abriram bicas públicas para uso de água, andavam vários quilômetros para conseguir transporte ou se deslocavam de um bairro para o outro pelo meio do mato, pois as estradas eram poucas ou praticamente inexistentes. Posso usar uma reportagem do jornal “A NOITE” de 1912, onde o povo de Cordovil reclamava que, para se chegar a Braz de Pina, era necessário “dar a volta” pela Estrada do Quitungo, já que não havia uma ligação direta entre os dois bairros.

É nesse contexto que nasce a necessidade de cuidar da saúde das pessoas, resultando na criação de um posto de saúde.


INICIANDO A HISTÓRIA: O POSTO NASCE


1933 A BATALHA - 20 DE JULHO 


Para entender a necessidade de um posto de saúde na região, é preciso compreender que a cidade naquele momento vivia um período de problemas na saúde pública que atingia em cheio a antiga zona rural, ainda em processo de transformação. Não apenas na esfera da saúde, mas também em questões estruturais e sociais. O subúrbio cresceu sem um planejamento feito pelo poder público, os primeiros moradores viviam pegando água em bicas públicas ou nos leitos dos rios, luz elétrica era luxo, e sem transporte decente, a situação se tornava complicada.

A explosão populacional suburbana ocorreu entre 1914 e 1918, período em que se intensificou o embelezamento do centro da cidade. Além dos moradores mais pobres que estavam sendo expulsos de suas casas, outro fator que contribuiu muito para esse “êxodo” foi a inauguração de diversas unidades militares por toda a antiga região rural.


1941- O IMPARCIAL 


Entrando no que nos interessa, que é a saúde, a cidade viveu diversas epidemias que assolaram a população: febre amarela, tifo, peste bubônica e varíola. No início do século passado, devido ao grande caos enfrentado, houve no centro uma campanha encabeçada por Oswaldo Cruz com o objetivo de vacinar, de forma obrigatória, todos os cariocas. Isso gerou, mais adiante, a Revolta da Vacina. A doença que assolava os cariocas naquele momento era a varíola. Ela foi controlada, assim como outras doenças, mas isso se deu apenas na região central da cidade, não no subúrbio da Leopoldina.

A chegada de pessoas ao subúrbio trouxe com elas patologias que encontraram no ambiente rural um local propício para rápida proliferação. Uma grande epidemia que atingiu a nossa região foi a popularmente conhecida como “tifo” ou febre tifoide, que entre os anos de 1910 e 1930 devastou o subúrbio. Relatos de pessoas com carroças levando diversos corpos eram bem comuns na época. O sistema de saúde pública era extremamente precário; grande parte das pessoas que moravam aqui era doente. Além do tifo, malária e febre amarela também estavam presentes. Nosso sistema contava apenas com um grande hospital: a Santa Casa de Misericórdia, e um posto no Méier, tornando impossível cuidar da saúde do povo leopoldinense.

A Leopoldina era cortada por grandes bacias hidrográficas e um belo litoral que se estendia de Cordovil ao Caju. Quando havia uma grande chuva, era comum que rios como Irajá e Faria-Timbó transbordassem, espalhando ratos para todos os lados. Todos esses fatores fizeram com que o governo tomasse a iniciativa de criar um pequeno posto de saúde na freguesia mais populosa: Irajá, que apresentava números de crescimento consideráveis. A população da freguesia saltou de 3.757 em 1821 para 13.130 em 1890, e em 1920 já eram 99.586.

CASA DE SAÚDE NÚMERO 11! Um dia de festa para ser celebrado. Finalmente, a freguesia de Irajá e os novos bairros ganhavam um posto para salvar vidas. Chega de um deslocamento quase impossível até o centro ou Méier. Em um dia de sol de março, no dia vinte e quatro pela manhã, diversos jornais acompanharam a comitiva. Um pequeno prédio, onde hoje está a região administrativa da Penha, ao lado da biblioteca, foi o local escolhido. O presidente da República, Venceslau Brás, pegou seu trem na Central do Brasil em direção à Penha, mas não foi para visitar a basílica no alto do morro. Ele foi para dar o pontapé inicial do posto que mudaria a vida de milhares de pessoas. A Penha ainda era considerada o interior do país. Seus secretários, junto a ele, fiscalizaram a nova estrutura e o local para futuros investimentos.

O chefe de polícia Aurelino Leal, junto com todos os funcionários que trabalhavam no posto — que foi aberto oficialmente em 1917, mas teve sua verdadeira inauguração meses depois, já em 1918, funcionando a plena capacidade — recepcionaram Venceslau e trocaram informações como estatísticas, número de pacientes, do que precisavam. Mostraram que no mês de fevereiro o posto atendeu 800 pessoas, e cerca de 10% das pessoas sofriam de alguma enfermidade que precisava de observação, mas todas foram curadas em cinco dias. A maior parte dos moradores não completava o tratamento devido à dificuldade de locomoção ou falta de condições financeiras, e o posto não tinha estrutura para acompanhar os pacientes em suas residências. O presidente ouviu as reivindicações e prometeu melhorias para o posto e o bairro.




Devido à dificuldade de se chegar à Penha, muitos dos funcionários sofriam para ir trabalhar, e o diretor Pena sugeriu a construção de dormitórios para pacientes e trabalhadores. Isso levaria a uma maior qualidade de vida para ambos e a um crescimento da produtividade.

Os primeiros anos do posto foram uma verdadeira aventura, pois ele enfrentou um grande mal do subúrbio: a febre tifoide. Esses primeiros anos de atuação foram cruciais para salvar vidas. Ao contrário do que o presidente prometeu, nunca houve um investimento intenso que ajudasse o posto a ampliar sua capacidade. Pelo contrário, conforme o subúrbio se expandia, o número de adoecidos crescia, e o posto começou a não comportar o número de pessoas. Infelizmente, isso gerou uma série de reclamações nos anos vinte que só veio a melhorar com a criação do Hospital Getúlio Vargas nos anos 30.


1941- O RADICAL 





TEXTO E PESQUISA REALIZADO POR : PAULO JORGE- HISTORIADOR E ACADÊMICO DE JORNALISTA- PÓS GRADUANDO . 
HISTORIADOR FORMADO PELA UNISUAM 
ACADÊMICO PELA UNICESUMAR.
COLABORADOR DAS PÁGINAS "NETLUSA" E "FANÁTICOS PELO CESSO".
UM DOS AUTORES DO LIVRO : JOÍA DA PRINCESINHA- 90 ANOS DA IGREJA DE SANTA CECÍLIA. 
REPORTER DE MÍDIAS E PLANTÃO DE NOTÍCIAS DA RÁDIO GAMA
PESQUISADOR DO SUBÚRBIO CARIOCA

domingo, 28 de janeiro de 2024

Reconhecimento de títulos

TEXTO RETIRADO JORNAL O GLOBO .
'Campeões esquecidos' do Carioca lutam por reconhecimento de títulos após sucesso no São Cristóvão 

No fim do ano passado, o São Cristóvão conseguiu a oficialização do título carioca de 1937, concluindo um processo que tramitou por cerca de um ano nos bastidores da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e deu o bicampeonato estadual ao clube da Zona Norte. Após 86 anos em que esta parte da história foi deixada de lado, o Cadete pode ter puxado a fila em definitivo para que outros seis clubes consigam este importante reconhecimento.

A Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT) organizava o campeonato oficialmente entre 1917 e 1923. Naquele último ano, o Vasco conquistou o torneio com uma equipe que contava com jogadores negros e operários, o que levou os clubes da elite a fundarem a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA).

O cruz-maltino ficou na LMDT e a venceu em 1924 — título reconhecido —, mas se transferiu no ano seguinte. Só que o torneio seguiu existindo. De 1925 a 1932, quando o profissionalismo se estabeleceu no futebol brasileiro, seis clubes faturaram a LMDT.

O título do São Cristóvão veio em outro contexto, em uma temporada onde o Carioca ainda vivia uma cisão por conta da briga pelo modelo amador, e o clube venceu a liga que era considerada profissional, organizada pela Federação Metropolitana de Desportos (FMD). Porém, uma conciliação no meio do caminho ignorou o título e terminou com um torneio onde o Fluminense foi campeão.

— Era um time muito bom. Inclusive, tinha dois jogadores na seleção brasileira que jogou a Copa do Mundo de 1938: o atacante Roberto e o meia Afonsinho. O treinador do São Cristóvão era da seleção: Ademar Pimenta. Não era um São Cristóvão qualquer — disse ao GLOBO o jornalista André Luiz Pereira Nunes, responsável por conduzir a pesquisa sobre o título.

Ele deu sequência ao trabalho do historiador Raymundo Quadros, autor do livro "O Campeão Esquecido", mas que não havia conseguido sucesso em reivindicações anteriores. Fazendo um esforço voluntário, montou um requerimento baseado em provas cabais daquele torneio.

Moção pode ajudar
O São Cristóvão teve um caminho um pouco mais facilitado, por ainda ser um clube com atividades no futebol profissional. Por isso, pôde pleitear o reconhecimento na Ferj, decidido em uma assembleia no final do ano, após aprovação unânime.

Para os outros clubes, a situação é mais difícil, pois nenhum está filiado à federação, alguns mantém atividades apenas sociais, ou mesmo estão extintos. São eles: Engenho de Dentro (campeão em 1925); Modesto, de Quintino (1926 e 1927); SC América, do Lins de Vasconcelos (1928 e 1929); Sportivo Santa Cruz (1930); Oriente, de Santa Cruz (1931) e SC Boa Vista, do Alto da Boa Vista (1932).

Como a Ferj é uma instituição privada, que não reconheceria esses títulos por benfeitoria, nasceu uma moção na Câmara dos Vereadores do Rio, que tramita desde dezembro de 2022, de autoria do hoje deputado federal Tarcísio Motta (PSOL). Caso ela seja aprovada, os "campeões esquecidos" ganhariam uma força adicional para abrir o processo oficial na federação, mas sem garantia de sucesso.

O clube mais bem representado atualmente é o Engenho de Dentro (EDAC), que sobrevive no futsal. O chamado "Fantasma Suburbano" ressurgiu em 2020, graças ao trabalho do historiador Allan da Silva, apaixonado pelo bairro que começou a se aprofundar nas pesquisas. Após dez títulos vencidos em 12 finais nos 12 torneios disputados desde o retorno às quadras, ele é um entusiasta de que o reconhecimento não apenas faria jus à história da instituição, mas poderia ajudar a devolvê-la aos gramados.

— O EDAC esteve no triangular final de 1924, em que o Vasco foi campeão, inclusive com quatro jogadores que eram do EDAC, como o goleiro Nelson Conceição. O subúrbio precisa dos títulos para ser visto. Vários jogadores que foram campeões em outros clubes tiveram sua origem aqui — aponta Allan ao GLOBO. — O reconhecimento ajudaria muito com visibilidade e atrairia patrocinadores. Não estamos na Ferj, mas a intenção é tentar voltar a disputar o Carioca de futsal da federação, ou até a de campo — admitiu.

Exthyntos
Ele é mais um caso de um apaixonado pelo futebol que não mede esforços para que a história do futebol carioca seja recontada, apesar de não terem legitimidade jurídica para brigar oficialmente. Ao lado de André, que fez o trabalho para que o São Cristóvão tivesse êxito, o grupo chamado "Exthyntos Social Clube" — na ortografia clássica da língua portuguesa — representa os outros clubes.

Entre os nomes envolvidos, estão o de Kleber Monteiro, biólogo que pesquisa sobre futebol e foi responsável por promover a moção na Câmara, e Luciano Vincler, autor do portal "Futebol no Rio" e do livro "Os Esquecidos", que ajudou a embasar o processo.

A inspiração vem de São Paulo, onde a Federação Paulista homologou 104 títulos esquecidos ao final de 2021, de várias divisões, incluindo de muitos clubes extintos. Inclusive, os cariocas tentam incluir dois títulos do segundo nível, o do GE Viação Excelsior (1933) e do EC São José, de Magalhães Bastos (1934), quando a LMDT se tornou uma sub-liga, antes de ser extinta no ano seguinte.

Isso ajudaria a dar ainda mais legitimidade a uma organização que, apesar de suburbana e não-oficial, tinha sua hierarquia. O título do São Cristóvão já foi considerado impossível, mas hoje está homologado. Os envolvidos projetam que o requerimento oficial possa sair esse ano, e ajudar os "campeões esquecidos" a colocarem seu nome oficialmente na história, quase um século depois.

OBS : Quem fez todo o processo de pesquisa, lançando livro, e montando o dossiê que foi entregue a Celso Roberto e o Presidente Emanuel,foi o historiador Raymundo Quadros.

fonte : O Globo

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sábado, 21 de outubro de 2023

 O SUL AMERICANO DE 1919 - HISTÓRIAS E FOTOS !



SELEÇÃO BRASILEIRA X SELEÇÃO ARGENTINA 



O Sul Americano de 1919, era a terceira edição que estava sendo realizada e o local escolhido para o Torneio foi o Rio de Janeiro. Nesse torneio, quatro seleções jogaram : BRASIL, ARGENTINA, URUGUAI E CHILE. 

Os registro da época apontam que a torcida estava animada e que seria um grande torneio , que quase não aconteceu devido a epidemia de febre amarela. È importante lembrar que o torneio seria em 1918, mas a cidade estava passando o auge da epidemia. O Brasil enviou uma carta a Comnembol pedindo o adiamento do torneio, o que aconteceu, indo para 1919 , entre os dias 11 e 19 de maio. 

O primeiro torneio aconteceu em 1916, na Argentina, com a participação desses mesmos países de 1919, e o primeiro campeão foi o Uruguai com o Brasil ficando em terceiro. O segundo Sul Americano aconteceu um ano depois no Uruguai, com o Uruguai conquistando o bi-campeonato e o Brasil repetindo a terceira colocação . Mas o Brasil estava pronto para escrever uma nova história.
ASPECTOS DO JOGO ENTRE BRASIL X ARGENTINA 

Pela primeira vez o Brasil organizava um torneio a nível Internacional. O Terceiro Campeonato Sul Americano precisava de um local digno do desfile de craques e as Laranjeiras foi escolhido. O estádio passou por uma grande reforma para receber os crsques. 


TORCIDA SE APERTANDO PARA VER OS JOGOS, 

As delegações dos países participantes chegaram ao melhor estilo. Todos vieram no mesmo barco e desceram na Praça Mauá, com grande festa promovida pela população carioca, eles foram recepcionados carinhosamente não apenas pelo povo, mas pelos políticos cariocas. 





Claro que no desembarque, as delegações passearam pelo Centro da Cidade, visitando os principais pontos turisticos e admirados com a beleza da cidade. 

JOGADORES URUGUAIOS EM CARRO DA COMITIVA 



Depois do passeio , as delegações , incluindo a Brasileira, participaram de uma festa de gala , uma grande confraternização para promover o campeonato, que já na sua terceira edição, se consolidava como uma forte competição de carater oficial , mas com o intuito de promover e desenvolver o futebol Sul Americano. 



FESTA DAS COMITIVAS 


DELEGAÇÃO NA PRAÇA MAUÁ

Todos iriam dormir no hotel dos estrangeiros, mas a festa não poderia ser em outro lugar, aconteceu no Salão João Cantuária , no clube São Cristovão .E a festa foi marcada por uma fatalidade. O goleiro reserva uruguaio Robert Chery,23 ANOS,  passou mal e faleceu ali mesmo no local, vitimado pelo apendicite, algumas pontes apontam que foi uma hernia que estourou  .O goleiro até hoje é considerado uma lenda no Penharol. Para arrecadar fundos para ajudar a família, pós Sul Americano, Brasil e Argentina disputaram a  "COPA ROBERTO CHERY", o jogo terminou 3x3 e o troféu foi doado ao Penharol. O corpo foi velado no Pavilhão Mourisco, uma grande romaria seguiu o corpo até o barco , para onde seria levado direto para o Uruguai. 

AMIGOS LEVANDO O CAIXÃO DO GOLEIRO 





TROFÉU DO CAMPEONATO 

A reforma das Laranjeiras transformou o pequeno campo em um grande estádio , com capacidade para 25 mil pessoas, na época o maior da América Latina. No dia 11 de maio , a nova Laranjeiras estava sendo aberta com a presença dos associados do Fluminense, a população e o político Delfim Moreira. 


O Brasil era considerado um bom time, mas não era o favorito para ganhar pois , no começo dos tempos futebolísticos , uma briga regional acabou passando para os campos : a rixa Rio x São Paulo. Dias antes, uma entrevista dada pelo Sylvio Lacreca a um jornal , denunciava que , por motivos políticos, a CBD não convocou os melhores jogadores por alguns motivos obscuros, mas acabou que a notícia foi abafada.

A comissão tecnica escolhida pela CBD- lembrando que nesa época , a figura do técnico não existia- organizou um programa de treinamentos com horários de treinos bem estabelecidos, alimentação correta e aulas táticas. 

A comissão técnica escolhida pela CBD era formada por AMILCAR BARBUY, ARNALDO SILVEIRA, MARIO POLLO, AFFONSO DE CASTRO E FERREIRA VIANNA NETTO.

PARTE DE CIMA : URUGUAI X CHILE / PARTE DE BAIXO : ARGENTINA X BRASIL 

Todos os jogos foram disputados nas Laranjeiras , e o registro era de casa cheia em todos os jogos, a população abraçou o campeonato e queria ver nossa seleção campeã. O clima contagiou o time e a campanha foi digna de campeão, precisando de uma partida extra para decidir a taça. 




 

Vamos aos selecionados , os convocados para o torneio : 

BRASIL : Amílcar (Corinthians), Arlindo Pacheco (América), Arnaldo (Santos) Kapitän der Mannschaft, Bianco Spartaco Gambini (Palestra Itália), Oscar Cyrillo Carregal (Flamengo), Dyonísio Álvaro dos Santos (Ypiranga), Agostinho Fortes Filho (Fluminense), Arthur Friedenreich (Paulistano), Galo - Armando de Almeida (Flamengo), Haroldo Pereira Domingues (Santos), Héitor Marcelino Domingos (Palestra Itália), Laís - A.A. de Morães e Castro (Fluminense), Marcos Carneiro de Mendonça (Fluminense), Álvaro Martins (São Cristóvão), Luiz Maia de B. Menezes (Botafogo (RJ)), Adolpho Millon Júnior (Santos), Neco (Corinthians), Luiz Bento Palamone (Mackenzie), Antônio Picagli (Palestra Itália), Píndaro de Carvalho Rodrigues (Flamengo), Sérgio Pereira (I) (Paulistano) Comissão Técnica: Arnaldo, Amílcar, Mário Pollo, Affonso de Castro, Ferreira Vianna Netto e Haroldo Domingues

CHILE: Telésforo Báez (Santiago Wanderers), Héctor Baeza (Santiago Wanderers), Carlos Del Río (Fernández Vial (Concepción)), Aurelio Domínguez (Artillero de Costa FC (Talcahuano)), Guillermo Frez (La Cruz FC (Valparaíso)), Alfredo France (Estrella del Mar (Talcahuano)), Eufelio Fuentes (La Cruz FC) Valparaíso)), Francisco Gatica (Eleuterio Ramírez FC (Santiago)), Oscar González (Artillero de Costa FC (Talcahuano)), Manuel Guerrero (La Cruz FC (Valparaíso)), Horacio Muñoz (Fernández Vial (Concepción)), Ulises Poirier (La Cruz FC (Valparaíso)), VíCtor Varactors

URUGUAI: José Benincasa (Peñarol), Roberto Chery (Peñarol), Juan Delgado (Peñarol), Alfredo Foglino (Nacional), Isabelino Gradín (Peñarol), Rodolfo Marán (Nacional), Ricardo Medina (Central), Rogelio Naguil (Nacional), José Pérez (Peñarol), Omar Pérez (Wanderers), Ángel Romano (Nacional), Cayetano Saporiti (Wanderers), Carlos Scarone (Nacional), Héctor Pedro Scarone (Nacional), Pascual Somma (Nacional), José Vanzzino (Nacional), Manuel Varela (Peñarol), Alfredo Zibechi (Nacional) Técnico: Severino Castillo

ARGENTINA: A. Barcos (Estudiantes (La Plata)), Enrique Brichetto (Boca Juniors), Calomino - Bleo Pedro Fournol (Boca Juniors), Roberto Castagnola (Racing Club), Edwin Clarcke (Porteño), Antonio Roque Cortella (Boca Juniors), Faivre (Gimnasia y Esgrima (Rosário)), Roberto Felices (Gimnasia y Esgrima (La Plata)), Carlos Isola (River Plate), Carlos Izaguirre (Porteño), José Lailolo (River Plate), Alfredo Martín (Boca Juniors), Pedro Martínez (Huracán (Buenos Aires)), Ernesto Mattozzi (Estudiantil Porteño), Juan Nelusco Perinetti (Racing Club), Armando Reyes (Racing Club), Nicolás Rofrano (River Plate), Emilio Sande (Porteño), Ernesto Scoffano (Eureka), J. G. Shilley (San Isidro), Eduardo Uslenghi (Porteño).

LARANJEIRAS NOVINHA EM FOLHA 


O jogo de estréia do Brasil acontece no dia 11 de maio e a seleção sapecou um 6x0 em cima da seleção Chilena. Dois dias depois, no dia 13, Argentina e Uruguai se encontraram e em um jogo emocionate, a celeste venceu os hermanos por 3x2.

Na segunda rodada, O Uruguai venceu o Chile e o encontro entre Argentinos e Brasileiros não foi nada amistoso. Os brasileiros e Argentinos promoveram uma verdadeira batalha em campo , mas os donos da casa venceu por 3x1.

IMAGENS BRASIL X ARGENTINA 

IMAGENS BRASIL X ARGENTINA 

Derradeira e última rodada: A Argentina venceu o Chile e não tinha chances, pois o título ficaria com o vencedor entre Uruguai e Brasil, que venceram nas duas primeiras rodadas. 

ARGENTINA X CHILE 


26 DE maio , Brasil e Uruguai se encontraram para saber quem levaria o troféu. Em um jogo emocionate e cheio de lances de habilidade( e um pouco violento também ) a partida terminou em 2x2. Na época não existia penalts , então foi necessário fazer um jogo desempate . No dia 29 de maio , depois de 90 minutos sem gols, precisou de um prorrogação para o Brasil vencer o Uruguai por 1x0, gol marcado pelo nosso primeiro grande craque FRIEDENREICH. 

TORCEDORES NA FINAL 


IMAGENS DA FINAL ENTRE BRASIL X URUGUAI 
IMAGENS FINAL BRASIL X ARGENTINA 
BRASIL X ARGENTINA