quarta-feira, 3 de novembro de 2021

 A EPIDEMIA DE GRIPE ESPANHOLA- 

RIO DE JANEIRO EM CALAMIDADE !

Essa não foi nossa primeira pandemia que enfrentamos! Nó século passado passamos pela epidemia de Varíola e Gripe Espanhola que ceifou milhares de vidas cariocas. Hoje vou mostrar a todos uma exposição de fotos publicadas pela revista FON FON, que mostra como essa epidemia foi desesperadora para a cidade. 

Existe relatos que os mortos do subúrbio eram levados empilhados em carroças puxadas á bois , existe fotos dos cemitérios do Caju , onde trabalhadores abriam várias valas e jogavam os corpos dentro.

Vamos conhecer um pouco da história dessa epidemia no Brasil antes de apresentar as fotos :

O trecho a seguir foi tirado do site: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=815&sid

"No Brasil, a epidemia chegou em setembro de 1918: o navio inglês "Demerara", vindo de Lisboa, desembarca doentes em Recife, Salvador e Rio de Janeiro (então capital federal). No mesmo mês, marinheiros que prestaram serviço militar em Dakar, na costa atlântica da África, desembarcaram doentes no porto de Recife. Em pouco mais de duas semanas, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste e em São Paulo.


Tinha-se medo de sair à rua. Em São Paulo, especialmente, quem tinha condições deixou a cidade, refugiando-se no interior, onde a gripe não tinha aparecido. Diante do desconhecimento de medidas terapêuticas para evitar o contágio ou curar os doentes, as autoridades aconselhavam apenas que se evitasse as aglomerações.
As autoridades brasileiras ouviram com descaso as notícias vindas de Portugal sobre os sofrimentos provocados pela pandemia de gripe na Europa. Acreditava-se que o oceano impediria a chegada do mal ao país. Mas, essa aposta se revelou rapidamente um engano.

Nos jornais multiplicavam-se receitas: cartas enviadas por leitores recomendavam pitadas de tabaco e queima de alfazema ou incenso para evitar o contágio e desinfetar o ar. Com o avanço da pandemia, sal de quinino, remédio usado no tratamento da malária e muito popular na época, passou a ser distribuído à população, mesmo sem qualquer comprovação científica de sua eficiência contra o vírus da gripe.



Imagine a avenida Rio Branco ou a avenida Paulista sem congestionamentos ou pessoas caminhando pelas calçadas. Pense nos jogos de futebol. Mas, ao invés de estádios cheios, imagine os jogadores exibindo suas habilidades em campo para arquibancadas vazias. Pois, durante a pandemia de 1918, as cidades ficaram exatamente assim: bancos, repartições públicas, teatros, bares e tantos outros estabelecimentos fecharam as portas ou por falta de funcionários ou por falta de clientes.

Pedro Nava, historiador que presenciou os acontecimentos no Rio de Janeiro em 1918,  escreve que “aterrava a velocidade do contágio e o número de pessoas que estavam sendo acometidas. Nenhuma de nossas calamidades chegara aos pés da moléstia reinante: o terrível não era o número de casualidades - mas não haver quem fabricasse caixões, quem os levasse ao cemitério, quem abrisse covas e enterrasse os mortos. O espantoso já não era a quantidade de doentes, mas o fato de estarem quase todos doentes, a impossibilidade de ajudar, tratar, transportar comida, vender gêneros, aviar receitas, exercer, em suma, os misteres indispensáveis à vida coletiva”.

Durante a pandemia de 1918, Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto Oswaldo Cruz, reestruturando sua organização administrativa e de pesquisa. A convite do então presidente da república, Venceslau Brás, Chagas liderou ainda a campanha para combater a gripe espanhola, implementando cinco hospitais emergenciais e 27 postos de atendimento à população em diferentes pontos do Rio de Janeiro.

Estima-se que entre outubro e dezembro de 1918, período oficialmente reconhecido como pandêmico, 65% da população adoeceu. Só no Rio de Janeiro, foram registradas 14.348 mortes.  Em São Paulo, outras 2.000 pessoas morreram."


FOTOS DA REPORTAGEM 

O que iremos ver fotos do ano de 1918, apresentando alguns aspectos do cotidiano da cidade no ano da epidemia .



A PRIMEIRA FOTO VENDO O DR CARLOS CHAGAS CONVERSANDO COM O PRESIDENTE WENCESLAU BRAZ SOBRE UMA MARCHA DE MILHARES DE PESSOAS EM DIREÇÃO AO POSTO DE SAÚDE DO MEYER - UM DOS POUCOS QUE EXISTIAM- . FOI REGISTRADA CENTENAS DE PESSOAS NAS FILAS PROCURANDO UMA SOLUÇÃO. 


Primeira foto de cima ,lado esquerdo: Edifício da Escola Rodrigues Alves situado no bairro do Catete, ali estava presente a Senhora Wenceslau Braz e família , onde praticavam uma boa ação : Fazia doação de mantimento aos mais pobres.

Segunda foto de cima, lado direito: a multidão de pobres esperando uma ajuda da primeira dama, o momento vivido era desesperador. 

Terceira e quarta  foto, parte de baixo : Senhora Braz socorrendo pessoalmente os mis necessitados , uma mesa cheia de mantimentos , uma comitiva ajudando e a distribuição pestes a começar .



Foto 1:Reparem bem essa foto :Caros Chagas e Oswaldo Cruz juntando forças para vencer a epidemia.

Foto 2: Escola Deodoro na Glória foi transformado em Posto de Assistência médica devido a falta de locais como esse pela cidade.

Foto 3 :A cozinha do colégio , no meio do "improviso" , preparando comida para os pacientes.

Foto 4 e 5: Como sempre a linha de frente se chama enfermagem. 



Foto 1: Mais um edifício transformado em posto de atendimento- como sempre o "jeitinho brasileiro" atuando : Escola Benjamin Constant , na praça 11. 

Foto 2: Grupo de enfermeiros se preparando para assumir o plantão .

Foto 3 e 4: fotos de como eram as enfermaria improvisadas as pressas: camas quase uma por cima das outras, mesas e cadeiras usadas para colocar material usado pela enfermagem.



O  retrato do desespero : Estamos vendo fotos do posto do Méier , a população desesperada atrás de medicação , o presidente Braz junto com os médicos Chagas e Oswaldo Cruz fizeram uma visita ao local e constataram o grande problema enfrentado pela população carioca Os mais pobres queriam apenas remédios e mantimentos.



Distribuição de caldo no quartel do Regimento de Cavalaria na Rua Frei Caneca.



Foto 1 e 2:Reparem bem nessas duas primeiras fotos: olha como era o quartel do Corpo de Bombeiros da Praça da República: uma construção rústica e aparentemente bem velha, mas esse local foi escolhido para guardar milhares de galinhas para venda , afim de ajudar as pessoas mais pobres. O outro local escolhido para venda foi a praia da Formosa ( fotos 3,4 e 5), onde a estação e instalações dos trens foram usados. E mais uma vez, milhares de pessoas esperavam ansiosos pelas galinhas .



 Hoje abandonada, o hospital Pro-Matre já foi de suma importância para a cidade. As duas fotos de cima vemos as instalações do local pronto para receber os pacientes .

Fotos de baixo: Mais um colégio transformado em posto médico : Escola Paroquial São José , no Engenho de Dentro .



A imagens dos cemitérios ,os mortos sem dignidade são simplesmente jogados numa vala 
rasa. Moradores da zona da Leopoldina reivindicavam um cemitério na região a tempo , daí nasceu a ideia de fazer um cemitério na Penha . Para enterrar seus mortos, ou ele se dirigiam a Irajá ou Inhaúma, o que em 1918 era uma verdadeira Guerra. Mas reparem na foto 4: Olha como os corpos eram transportados , num caminhão , exposto e sem nenhum cuidados 

Foto 1 e 2 : Movimentação intensa no Inhaúma e foto 3: uma grande vala e uns 10 corpos mais ou menos jogados sem qualquer cuidado.



Distribuição de esmolas nas escadas da Igreja da Candelária.




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